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Construção, educação e indústria ‘puxam fila’, e região de Campinas cria 9,3 mil postos de trabalho em fevereiro

Economista do Observatório PUC-Campinas destaca aumento da média salarial na RMC, que impulsiona efeito positivo na economia

 

Com forte volume nas contratações em áreas como construção, educação, indústria de transformação e saúde, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) criou 9.399 vagas de emprego com carteira assinada em fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (27).

A economista Eliane Navarro Rosandiski, do Observatório PUC-Campinas, destaca que os setores que mais geraram contratações possuem perfil de remuneração maior, e criam um cenário virtuoso para a economia, já que aumenta o padrão de consumo.

E esse “ganho” na massa salarial é observado, inclusive, nos contratos temporários, em que a média dos admitidos foi maior do que dos desligados.

“O que temos aqui é um mercado aquecido, e o poder de barganha do trabalhador aumenta. Deixa de ter uma oferta ilimitada de mão de obra. E isso gera um crescimento. O consumo é a chave. Ao ter um padrão de consumo maior, o empresário está disposto a contratar. E em um contexto de uma inflação estável, com redução de taxas de juros, oferta de crédito, ele tem um horizonte de planejamento positivo”, explica a economista da PUC.

Momento positivo

 

Eliane Rosandiski destaca que o saldo é extremamente positivo ao ser comparado com fevereiro de 2022, um momento de retomada e acerto da economia na reta final da pandemia da Covid-19.

“Naquele momento, que era de recuperação, foram 8,5 mil vagas, e agora tivemos quase mil vagas a mais para o mesmo período do ano. Só não foi maior que 2021, que vinha de uma base de retração muito grande. E os dados mostram um grau de confiança, que as coisas estão se organizando”, pontua.

Das 20 cidades que formam a Região Metropolitana de Campinas, apenas duas perderam postos de trabalho: Holambra (SP), principalmente por cortes na área de agropecuária, e Jaguariúna (SP).

Já a metrópole foi quem registrou o maior saldo, com 2.201 vagas criadas em fevereiro, sendo que o setor de Serviços foi responsável por 1.498 (620 só na área de educação), e a construção, que vinha de um ótimo desempenho em janeiro, abriu mais 405 postos formais.

População ocupada

 

Chegou a 1,8 milhão o número de pessoas trabalhando na RMC no último trimestre de 2023, uma alta de 28,9% se comparado com o mesmo período de 2019, antes da pandemia da Covid-19.

O crescimento percentual no número de ocupados, que inclui vagas formais e informais, é o maior de São Paulo, de acordo com a Fundação Seade. Para efeito de comparação, a taxa no estado foi de 6,5%.

A análise leva em conta dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Foram praticamente 420 mil postos de trabalho a mais. Não só recuperou a fase pré-pandemia, como cresceu, e com o melhor resultado para todas as regiões, o que confirma o dinamismo da Região Metropolitana de Campinas”, pondera Alexandre Loloian, economista da Fundação Seade.

Depois de Campinas, a região do estado com o melhor desempenho no mesmo período foi a do chamado “Entorno Metropolitano Ocidental”, que envolve 19 municípios ao lado da capital, entre eles Barueri e Osasco, por exemplo. A taxa de crescimento da população ocupada foi de 13,8%.

Já algumas regiões de São Paulo apresentaram redução na população com trabalho formal ou informal, como a Baixada Santista, onde o total de ocupados caiu de 1,150 milhão no fim de 2019, para 1,020 milhão no último trimestre de 2023, queda de 11,3%.

Fonte: g1 Campinas e Região

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