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Transportadoras, não desperdicem as oportunidades existentes nas crises econômicas

 

“Nunca antes na história deste país” vivenciamos algo tão ruim como essa crise econômica. Nem as crises da década de 80 e 90 conseguiram superar os desastrosos resultados do momento atual. Entre 2014 e 2016 deveremos, na melhor das hipóteses, testemunhar um recuo de 5% a 6% em nosso PIB.

Fruto da corrupção, da falta de investimentos em áreas estratégicas (setor de energia por exemplo), de um estatismo exagerado (na contramão das nações mais evoluídas), de políticas sociais equivocadas e da falta de consenso entre as principais lideranças políticas do nosso país, essa crise econômica afeta o setor de logística e transporte de forma impactante. A grande maioria das Transportadoras aponta redução de até 20% na sua atividade econômica, quando comparado com o mesmo período do ano passado, provocando demissões que, em média, atingem ao redor de 10% do efetivo total, segundo estimativas da Tigerlog, a partir do depoimento de empresários do setor.

Pressionadas em função do contínuo aumento de custos e queda das tarifas, descapitalizadas pelo alongamento dos prazos de pagamentos por parte dos Embarcadores e da retenção de parte dos valores devidos, endividadas devido à necessidade constante de investimento em ativos operacionais e continuamente “atacadas” por ex-colaboradores mal-intencionados que reclamam exorbitantes indenizações trabalhistas, as Transportadoras vivem, provavelmente, seu pior momento.

O que fazer então, diante dessa realidade desoladora, além de postergar investimentos, vender ativos, reduzir despesas e demitir funcionários?

Em um momento como esse, empresários e executivos do setor tendem a centralizar a tomada de decisões, optando, muitas vezes, por não contar com o suporte de seu corpo gerencial. Apenas reforçam um aspecto muito comum a todos os empresários brasileiros: a solidão.

Ao invés de centralizar, que tal descentralizar? Por que não, usar e abusar de seu corpo gerencial neste momento de incertezas, afinal, eles são pagos para isso, para dar suporte e tomar decisões.

Reúna dados sobre a situação real da empresa e do mercado. Convoque seu corpo gerencial e compartilhe as informações. Divida as preocupações e as percepções. Discuta possíveis saídas. Elabore cenários. Dê espaço para que todos os setores contribuam, como Recursos Humanos, Vendas, Marketing, Operações, Administrativo-Financeiro, Controladoria, Fiscal, Jurídico, Qualidade, etc. Não esqueça de seus Gerentes de Filiais, afinal eles conhecem a realidade de cada região onde você eventualmente atue. Faça planos e detalhe-os. Distribua atividades, estabeleça metas. Conclame-os à luta, de uma forma organizada. E atue disciplinadamente, monitorando os resultados obtidos. Se achar positivo, busque suporte de um consultor externo.

Quem sabe, com essa força tarefa, agindo de forma integrada e comprometida, a empresa realmente multiplique as opções existentes, encontrando saídas alternativas, às tradicionais medidas tomadas em momentos conturbados como esse que passamos.

Tenho certeza, que esse processo, se bem estruturado, identificará inúmeras oportunidades que estavam sendo desperdiçadas.

Não tem corpo gerencial ou acredita que não pode contar com as pessoas designadas para essas funções? Bem, fica mais difícil, obviamente. Então busque assessoria de um consultor especializado.

Só não fique parado. Lembre-se, uma hora de um único conjunto cavalo / semirreboque parado lhe custará algo entre R$ 50,00 a R$ 100,00 dependendo da idade e da configuração. Expanda isso para todos os recursos mal aproveitados na sua empresa. São milhares de reais por hora ou por dia. Portanto mexa-se. Reclamar não adianta!

Como disse em 1993 um importante executivo durante meu processo como trainee na empresa hoje conhecida como Ambev: “eu prefiro segurar louco, do que empurrar burro! ”. Mãos à obra!
Texto de: Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog

Fonte: Blog do Caminhoneiro

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