Novo preço deve ser registrado a partir desta quinta (1), em virtude de mudança em alíquota de imposto. Entidade vê impacto negativo e diz que estoques influenciam mudanças em postos
O preço do litro da gasolina em postos da região de Campinas (SP) deve subir R$ 0,26 a partir desta quinta-feira (1), de acordo com o sindicato dos estabelecimentos do segmento (Recap). Na prática, esta mudança “zera” o corte no preço médio cobrado por estabelecimentos na semana anterior.
A projeção de alta pela entidade ocorre porque os estados irão alterar nesta data o formato de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do combustível, e ela estima repasse integral em toda cadeia: das distribuidoras aos postos, e deles aos motoristas e condutores.
O tributo estadual, até então calculado em porcentagem do preço (de 17% a 23%, dependendo do estado), passará a incidir com uma alíquota fixa, em reais, de R$ 1,22 por litro. O valor de aumento projetado pelo Recap, portanto, representa a diferença do novo valor sobre o atual em São Paulo.
“A média das alíquotas dos estados [atualmente, no Brasil] fica em torno de 19%, o que representa R$ 1,0599/litro. Com a vigência do valor ad rem, de R$ 1,22/litro, a partir de 1º de junho, um aumento médio de R$ 0,16/litro, o que representa um aumento médio de 22% no preço final ao consumidor, na média Brasil”, estimou o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) no início da semana.
Quanto muda?
Na semana passada, a gasolina em Campinas teve os seguintes valores:
- de R$ 4,79 até R$ 5,59, com média de R$ 5,17
Com o acréscimo previsto por conta na mudança do ICMS, o sindicato prevê:
- de R$ 5,05 até R$ 5,85, com média de R$ 5,43
“A partir da 0h de quinta-feira já teremos produtos faturados com essa tributação. Se todo mundo apenas repassar, ou seja, se distribuidoras e postos não subirem mais do que o previsto, o aumento será de R$ 0,26”, avaliou o presidente do Recap, Emílio Martins.
Segundo ele, parte dos postos deve aumentar de forma imediata, enquanto outros podem manter os preços da semana anterior por alguns dias. A medida deve repercutir, ainda, em corte no consumo.
“Com certeza as distribuidoras devem repassar. Alguns postos podem esperar um, dois dias para levar aos consumidores, depende do estoque. Este aumento de preço, diante do atual poder aquisitivo da população, pesa na decisão de uma viagem, trabalhar ou não de carro, impacta negativamente”, ressaltou o sindicalista.
Na semana retrasada, o valor da gasolina foi vendido pelos postos no intervalo de R$ 4,99 a R$ 5,89, com média de R$ 5,44. Depois disso, o valor médio caiu R$ 0,27 em virtude de uma redução anunciada pela Petrobras para as distribuidoras de combustíveis, incluindo o diesel.
Antes deste anúncio, a redução da gasolina havia ocorrido anteriormente em 28 de fevereiro. Já a última diminuição para o diesel aconteceu em 28 de abril. Essa foi a primeira mudança depois que a Petrobras anunciou o fim da política de paridade de importação (PPI), que guiava preços desde 2016.
Nova alta em julho
No começo de julho, o governo federal retomará a tributação com alíquota cheia do PIS/Cofins sobre gasolina e etanol, e a expectativa é de que o preço nas bombas suba R$ 0,22 por litro nos dois casos.
O Recap representa 1,4 mil postos em 90 municípios. A entidade informou que ainda fará análises sobre esta mudança pra divulgar projeções para a região de Campinas.
Fonte: g1 Campinas