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Indústrias da região de Campinas acreditam que redução de ICMS em SP não aumenta competividade

Decretos do governo visam reduzir R$ 850 milhões de ICMS para atrair empresas a continuar no estado e possibilitar competitividade, mas sondagem do Ciesp aponta que reflexo não chegou a parte das indústrias

Pelo menos 43% das indústrias da região de Campinas (SP) acreditam que os decretos do governo de São Paulo, de redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com o objetivo de aumentar a competitividade e evitar que as empresas deixam o estado, não vão possibilitar esse crescimento.

A informação é de uma pesquisa feita pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-SP) com 40 empresas associadas. Além das 43% que acreditam que a decisão do Executivo Estadual não vai alterar a competitividade da empresa, outras 33% afirmaram que a mudança provoca, sim, o aumento, enquanto que 24% pontuaram que ainda não têm avaliação sobre os decretos.

De acordo com o primeiro vice-diretor do Ciesp Campinas, Valmir Caldana, tanto as empresas que afirmaram que a competividade não vai aumentar, quanto as que disseram que ainda não conseguiram avaliar, devem fazer parte dos setores que não foram contemplados pala determinação do governo estadual.

“O governador escolheu setores que vinham sendo atacado pelo ganho fiscal de outros estados. Eu tenho o pensamento que os 43% mais o 24% que não têm avaliação devem se somar porque não devem estar dentro do setor contemplado no decreto. Então, para eles, não vai mudar mesmo. São setores que não foram contemplados, o estado também não pode tirar dinheiro do caixa, tem que manter a arrecadação”, afirmou.

Redução de R$ 850 milhões

De acordo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a partir dos decretos assinados em fevereiro, os benefícios tributários serão de R$ 850 milhões.

Segundo o governo, os decretos concedem isenção, redução de base de cálculo, crédito outorgado ou diferimento do ICMS aos seguintes setores, por exemplo:

  • Produtores de soja;
  • Fabricantes de suco de fruta e bebidas à base de leite;
  • Geração de energia elétrica;
  • Indústria de informática;
  • Empresas de data center;
  • Fabricantes de embalagens metálicas;
  • Medicamento para fibrose cística, entre outros.

Vendas diminuem

A sondagem industrial ainda apontou que a maioria das companhias entrevistadas (52%) afirmou que teve redução no faturamento em março. Outras 38% disseram que o valor das vendas continua estável e apenas 10% relataram aumento.

De acordo com o diretor do Ciesp, José Henrique Toledo Corrêa, a diminuição ocorre por conta da instabilidade econômica ainda provocada pela transição no governo federal.

Comércio exterior

Em relação à balança comercial, o saldo total no primeiro bimestre ficou com um volume negativo de US$ 1,1 bilhão, o que representa uma diminuição de 18,4%% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Nas exportações, houve um saldo positivo de US$ 552,4 milhões, o que equivale a uma alta de 11,8% em relação ao mesmo período de 2022. Já as importações tiveram volume de US$ 1,7 bilhão, com redução percentual de 10,6%.

Setores que mais exportaram:

  • Máquinas, caldeiras e aparelhos mecânicos – 13,7% do volume total
  • Combustíveis, óleos e derivados minerais – 11,5%
  • Produtos plásticos e derivados – 8,3%

Setores que mais importaram:

  • Produtos químicos orgânicos – 24%
  • Máquinas, aparelhos e materiais elétricos – 22,4%
  • Produtos químicos diversos – 16,3%

Ciesp Campinas

As 590 empresas associadas ao Ciesp Campinas movimentam média de R$ 53 bilhões por ano. Elas estão distribuídas pelos municípios de Amparo (SP), Artur Nogueira (SP), Campinas (SP), Conchal (SP), Estiva Gerbi (SP), Holambra (SP), Hortolândia (SP), Itapira (SP), Jaguariúna (SP), Mogi Guaçu (SP), Mogi Mirim (SP), Paulínia (SP), Pedreira (SP), Santo Antonio de Posse (SP), Serra Negra (SP), Sumaré (SP) e Valinhos (SP).

Os setores de atuação delas são: Metalúrgico; Farmacêutico; Alimentos; Têxtil; Mecânico; Madeireiro; Bebidas; Gráfico; Construção; Calçados; Autopeças e Transporte; Elétrico, Eletrônico e de Comunicação; Borracha; Mobiliário; Papel e Papelão; Químico e Petroquímico; Vestuário; Produção de Materiais Plásticos; Produção de Minerais Não Metálicos; Piscicultura; Comércio Atacadista e Varejista

Fonte: g1 Campinas e Região

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