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Dólar valoriza grãos e reduz impacto da deficiência logística

 

A alta do dólar, além de baratear o produto brasileiro para os importadores, está amenizando o impacto da logística deficiente sobre os grãos em regiões produtoras que estão distantes dos portos. Um relatório elaborado pela consultoria INTL FCStone mostra que a cotação da moeda norte-americana está reduzindo o peso do frete rodoviário na composição dos preços da soja travados entre produtores e compradores.

No primeiro trimestre deste ano, período em que o câmbio flutuou entre R$ 2,57 e R$ 3,29, a participação do frete na rota entre Sorriso (Norte de Mato Grosso) e o Porto de Paranaguá (Paraná), caiu de 27% para 23% sobre os preços da commodity. O cálculo considera um valor médio do frete rodoviário de R$ 16 por saca, ou R$ 266,56 por tonelada.

A analista de soja da consultoria, Natália Orlovicin, explica que o cenário é resultado da influência do dólar nas cotações do grão, que absorveu toda a valorização da moeda. “Se o dólar não tivesse influencia no valor da commodity, o preço seria mais baixo e o frete seria mais caro. Como tivemos alta do dólar e da soja, o frete caiu”, avalia.

O quadro acaba dando mais competitividade ao produto colhido em lavouras do Norte de Mato Grosso e que ainda depende principalmente dos portos do Sul e Sudeste para exportar a produção agrícola. A distância entre origem e destino das cargas pode superar os 2 mil quilômetros. Das mais de 2,7 milhões de toneladas de soja exportadas pelos produtores mato-grossenses entre janeiro e março, 1,3 milhão de toneladas deixaram o país por Santos (SP), 48% do total. Outras 194 mil toneladas, o equivalente a mais de 5 mil caminhões, desceram até Paranaguá (PR) para encher os porões dos navios.

Fonte: Revista Globo Rural

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