Produção de grãos, carnes e tecnologia devem impulsionar o agronegócio brasileiro no próximo ano
Quando o assunto é a produção de grãos e sementes, boa parte dos agricultores paranaenses já plantou a safra que será colhida no primeiro semestre de 2025. Isso porque o mês de setembro veio com chuvas que atingiram todas as regiões do estado.
A partir desse início de plantio, que ainda segue a todo vapor nas áreas rurais, a Projeção Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Deral, apresentou uma tendência de plantio de soja e milho neste período. A projeção mostra que 10% dos 5,8 milhões de hectares de soja previstos para a safra 2024/2025 já foram semeados. Só esse dado já é um motivo de comemoração, pois é a primeira vez que se planta tanta soja no Paraná.
Do outro lado do agro, os agricultores que estão dedicados à produção animal não descansam e já traçam estratégias para melhorar o desempenho da propriedade. Em ambos os casos, o trabalho é constante e requer sempre atenção às novidades do mercado.
Outra notícia positiva é que, em agosto de 2024, o saldo de empregos do Paraná foi impulsionado também pelo aumento de vagas no agronegócio. Na agropecuária, o estado abriu 816 novos postos de trabalho.
O que esperar do agronegócio em 2025? Há como se preparar para um mercado que está sempre em constante evolução? O que está em alta no agro? O Move Paraná separou cinco pontos de atenção que movimentarão o agronegócio paranaense em 2025.
1. Tecnologia no agronegócio
Por mais um ano, o avanço das tecnologias será uma tendência no agronegócio em 2025. Isso significa que as propriedades terão ainda mais recursos destinados à implantação ou melhoria da eficiência por meio de processos tecnológicos e inovadores.
Mais maquinário na propriedade, processos mais eficientes e economia no uso de recursos serão os carros-chefes na procura por essas novidades no mercado. O uso de dispositivos como sensores, drones e robôs deve seguir a tendência de crescimento. Sendo ativos importantes na melhoria da produção agrícola.
Para além disso, é esperado também o aumento no uso de biotecnologia, especialmente para melhoramento genético, desenvolvimento de produtos veterinários, defensivos agrícolas, etc.
Apesar de contar com mais tecnologia e inovação nas propriedades rurais, a geração de emprego deve se manter em alta, principalmente de mão-de-obra especializada. Uma dica para os produtores rurais ou pessoas que desejam entrar na atividade são cursos e capacitações para se preparar para as novidades que ainda vem por aí no campo.
2. Aumento na produção de carne suína e aves
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), durante o evento Perspectivas para a Agropecuária Safra 2024/2025, a produção de carne suína e frango deverá bater recordes no próximo ano.
Além da demanda internacional, o mercado interno ajudará a alcançar números muito positivos. A produção de carne suína deve chegar a 545 milhões de toneladas e a de frango, 15,51 milhões de toneladas. Portanto, ambas as carnes deverão ter acréscimo na quantidade de exportação e, consequentemente, nos lucros previstos para os produtores.
Se em 2024, o Paraná teve o melhor primeiro semestre na produção de carne suína de sua história, com 565 mil toneladas, a projeção é ainda mais animadora para o próximo ano.
Já para o cultivo de aves, outro ponto positivo é que a produção de ovos deverá seguir a tendência de crescimento já comprovada neste ano. Dados do IBGE mostram que o Paraná cresceu 5,4% entre 2023 e 2024, totalizando 213,9 milhões de dúzias de ovos no primeiro semestre. O estado é o segundo maior produtor do Brasil, ficando apenas atrás de São Paulo.
A carne bovina também deve ter bons resultados. A exportação tende a subir, mas os dados projetados são menos expressivos do que os outros. Estima-se, segundo o relatório da Conab, que 9,78 milhões de toneladas de carne bovina sejam produzidas em 2025.
3. Crescimento na produção de grãos
Em 2025, o Brasil deverá manter a liderança mundial na produção de soja. No ranking, o Paraná deve manter o Top 3 entre os estados que mais produzem e comercializam o grão. Além da boa safra esperada, as exportações de soja devem subir, ultrapassando 107 milhões de toneladas no próximo ano, um aumento de até 10% em relação aos últimos anos. Já a área plantada totalizará 47,4 milhões de hectares.
Se for confirmada toda a produção plantada no Estado em setembro, a safra de 2025 será 21% maior que a de 2024, que foi de 18,5 milhões.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Relatório Perspectivas para a Agropecuária, destacou a produção de arroz e feijão. As áreas devem crescer e a rentabilidade deve ser positiva para os produtores. O principal motivo é a facilidade de comercialização antecipada. No caso do feijão, segundo o Relatório, há uma possibilidade de crescimento em 23 mil hectares só na primeira safra.
4. Mais investimentos na agricultura familiar
Além das grandes propriedades que somam recordes no Paraná, a agricultura familiar também deverá ser destaque, principalmente para o abastecimento das comunidades e cidades próximas. A Lei Orçamentária Anual, divulgada pelo Governo do Estado, apresentou que, na agricultura, serão investidos mais de R$ 372 milhões para a promoção do agronegócio, com destaque para o fortalecimento da agricultura familiar.
Da mesma maneira, deve estar na pauta de 2025 a agricultura mais sustentável e com baixa emissão de gases poluentes. Assim, ganharão mais atenção pequenos produtores que investem na produção de orgânicos.
5. Investimentos em Práticas Sustentáveis
O aquecimento global tem deixado marcas reais no agronegócio. Com um clima menos estável, a realidade é preocupante. Da mesma forma, o aumento nos custos de energia ou recursos naturais também encarece a produção.
Por isso mesmo, o Plano Safra 2024/2025, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), prevê um aumento nos recursos para investimentos em projetos sustentáveis no agronegócio. Está estimado que mais de R$ 400 bilhões sejam destinados para as linhas de sustentabilidade no agronegócio, principalmente nas opções de financiamento. Destaque para o uso de energia solar nas propriedades e na captação e recursos hídricos.
Fonte: Move Paraná