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Produção industrial paulista cai 0,5% e puxa queda nacional em fevereiro, diz IBGE

“Juro ainda em patamares elevados recai diretamente na cadeia produtiva quando analisamos o nível de investimento ainda aquém do que seria implementado dentro da indústria”, avalia analista da PIM Regional

A indústria no Brasil registrou taxas negativas em cinco dos quinze locais pesquisados no mês de fevereiro, conforme Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do mês teve forte influência da indústria paulista que registrou queda de -0,5% na produção, um recuo ainda maior do que o resultado geral da produção industrial brasileira que caiu -0,3% em fevereiro na comparação com janeiro.

“Observamos o Estado de São Paulo como o de maior influência negativa sobre o resultado nacional com um recuo de 0,5%”, ressaltou Bernardo Almeida, analista da PIM Regional nesta terça-feira (9). “O setor de derivados do petróleo foi o que mais influenciou negativamente no comportamento da indústria paulista, seguido pelo setor de alimentos e de produtos químicos”, destacou.

O estado de São Paulo, principal parque industrial do país, responsável por cerca de 33% da indústria brasileira, mantém com o resultado de fevereiro indicação de enfraquecimento do setor. Apesar de em janeiro ter registrado 0,8% de crescimento em janeiro em relação a dezembro, quando no último mês do ano passado recuou -1,7% em relação a novembro.

Em 2023 a Indústria paulista encerrou o ano com uma queda de 1,5% na produção. Conforme o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), “entre 2019 e 2023, variação positiva só mesmo em 2021 (+4,8%), em função da base deprimida pela pandemia e ainda assim sem compensar o recuo de 2020 (-6,0%). Em 2019 e 2022 ficou em estagnação (0% e +0,2%, respectivamente) e em 2023 voltou ao vermelho”. Não retornando ainda, nos últimos quatro anos, ao nível de produção de antes da pandemia.

Além de São Paulo, completam as cinco regiões com taxas negativas no mês: Mato Grosso (-3,3%), eliminando parte do avanço de 3,6% registrado no mês anterior, Goiás com -2,4%, Pará com recuo de -2,2% e Santa Catarina.

De acordo com Bernardo Almeida, mesmo com os seguidos cortes na taxa de juro “ela ainda está em patamares elevados”. “Isso recai diretamente na cadeia produtiva quando analisamos o nível de investimento ainda aquém do que seria implementado dentro da indústria”, declarou.

Pela ordem as 10 regiões pesquisadas que obtiveram variações positivas em suas produções de fevereiro, com percentuais elevados: Rio Grande do Sul: 9,4%; Amazonas: 7,3%; Espírito Santo: 5,9%; Ceará: 5,2% e
Pernambuco: 5,2%.

Os demais estados: Rio de Janeiro: 2,0%; Bahia: 1,8%; Região Nordeste: 1,6%; Minas Gerais: 0,9% e
Paraná: 0,6%.

No acumulado do ano de 2024, o setor industrial assinalou expansão de 4,3%, frente a igual período do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor avançou apenas 1,0%, com seis locais com taxas negativas do total de 18 pesquisados.

Fonte: Hora do Povo

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