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Produção de veículos cai 27,8% no 1º trimestre de 2016, diz Anfavea

 

A produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 27,8% no primeiro trimestre de 2016, na comparação com o mesmo período do ano passado, informou a associação das montadoras, a Anfavea, nesta quarta-feira (6).

De acordo com a entidade, foram produzidas 482.290 unidades de janeiro a março deste ano, enquanto o mesmo período de 2015 alcançou 667.571 veículos.

O resultado foi o pior para o 1º trimestre desde 2003, quando 400.823 unidades foram produzidas.

Produção em março

Contando somente o mês de março de 2016, que chegou a 195.279 unidades, houve uma queda de 23,7%, em relação a março de 2015, quando a indústria produziu 255.866 veículos.

Apesar de o ano seguir em baixa, o setor teve um aumento de 42,6% na produção, comparando março com fevereiro, que registrou 136.905 unidades produzidas. A variação, no entanto, não deve ser comemorada porque reflete apenas a quantidade de dias úteis, avalia a Anfavea.

Licenciamentos

De acordo com a associação, o número de emplacamentos no 1º trimestre chegou a 481,3 mil unidades, o que representa queda de 28,6%. Já quando a comparação é entre março e fevereiro deste ano, houve alta de 22,1%.

Assim como ocoreu com a produção, os dados de março ficaram maiores ante fevereiro, mas não representa uma recuperação. Pelo contrário, segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea, o resultado de março ficou abaixo da expectativa. “Esperávamos um crescimento média diária de vendas, mas isto não ocorreu”, afirmou.

Outro índice preocupante foi o de participação das vendas a prazo, que atingiram apenas 51,4% em março –  o menor índice desde 2005.  “Isto indica claramente as dificuldades e a queda de confiança do consumidor, infelizmente, não só com relação aos produtos da nossa entidade”, afirmou Moan.

Exportação

A queda da produção só não foi pior porque as vendas para fora do Brasil tiveram uma recuperação de 24% no primeiro trimestre, para 98 mil unidades. A exportação para o Chile mais que duplicou. O México registrou alta de 94%.

Existe ainda uma grande expectativa por causa de uma possível encomenda do Irã para 140 mil carros, 35 mil caminhões e 17 mil ônibus. As empresas em operação no Brasil concorrem com diversas outras do mundo inteiro, após o fim das sanções comerciais ao país.

Empregos

O nível de empregos da indústria automotiva segue em declínio. No fechamento de março, 128.477 pessoas trabalhavam diretamente no setor.

O número corresponde a cerca de 1,4 mil empregos perdidos desde fevereiro e mais de 12 mil na comparação com março de 2015.

“Temos um grande contingente de pessoal com redução da carga de trabalho, parcial ou total. Fechamos o mês de março com 38.792 pessoas com alguma restrição, seja de lay-off ou PPE”, estimou Moan.

Previsões

O mês de março foi pior que o esperado pela Anfavea, mas não haverá revisão por enquanto das expectativas para 2016. A entidade estima queda de 0,5% na produção e 7,5% nos licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Investimentos mantidos

A Anfavea ressaltou que mesmo com a crise no país, os investimentos foram mantidos pelas associadas, entre elas a Mercedes-Benz, que inaugurou a fábrica de veículos de passeio em Iracemápolis (SP), e a Volkswagen, que investiu R$ 200 milhões na linha de São Bernardo do Campo (SP) para produzir a Saveiro. “É um sinal de confiança no país”, apontou Moan.

Novos associados

Com a fábrica de Itatiaia (RJ) em construção, a Jaguar Land Rover se tornou a 32ª empresa associada à Anfavea. Além disso, os dados da Suzuki passam a ser especificados nas estatísticas, após a criação da HPE, que engloba também as operações Mitsubishi.

Veículos leves

Contando separadamente, automóveis e comerciais leves fecharam o 1º trimestre de 2016 com 462.838 unidades produzidas. O resultado representa uma queda de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 636.572 unidades foram fabricadas.

Caminhões

No acumulado de 2016, os caminhões chegaram a 15.113 unidades fabricadas. Como no 1º trimestre de 2015 o setor chegou a 23.313 caminhões, houve queda de 35,2%.

Ônibus

No 1º trimestre do ano, o setor de ônibus foi o que teve pior resultado, com queda de 43,5%, com o total de 4.339 unidades, frente a 7.686 de janeiro a março de 2015.

Fonte: G1.

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