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Portos são a parte mais atrasada na infraestrutura do Brasil.

“É difícil dizer o que é prioridade na infraestrutura do Brasil, mas o setor portuário é o que está mais atrasado no país”, disse Carlo Bottarelli, presidente da Triunfo, empresa de logística que atua no setor há quase 30 anos. Segundo ele, são muitos os gargalos: acessibilidade, mão de obra e “uma confusão regulatória que não se entende”, afirmou.
Bottarelli participou de debate junto com Wilen Manteli, presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP) e Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade, no Exame Fórum Infraestrutura, que acontece nesta terça-feira, no Rio de Janeiro.
Os três foram unânimes na defesa do fortalecimento da regulação do setor. “Só vamos dar o salto de infraestrutura, se houver uma melhora na regulação. As agências reguladoras estão mais fracas, sem a excelencia técnica necessária para dar validade às suas ações e isso é essencial”, afirmou Gesner Oliveira.
Ele defendeu ainda uma mudança de cultura na regulação. “Às vezes, você tem um marco regulatório adequado, mas que não é implementado de forma adequada”, disse. Além disso, é preciso a melhoria da gestão e nesse assunto, a participação da iniciativa privada seria muito benvinda.
“Há um intersse grande por parte da iniciativa privada no setor de portos. Há uma predominância pública superior ao esperável então há muito espaço para o desenvolvimento das parcerias público-privadas. É preciso pensar em como estimular essas parcerias”, afirmou Wilen Manteli.
Manteli chegou a afirmar que talvez a privatização fosse uma melhor solução para resolver esses problemas. “Mas isso ainda é palavrão no país”, criticou.
Integração
Os participantes falaram também sobre a necessidade de integrar os complexos portuários com os outros equipamentos de infraestrutura.
“Não dá para ter portos de primeiro mundo com as rodovias e ferrovias que o Brasil tem hoje. Só dá para ter portos modernos se houver intermodalidade, se o acesso e o escoamento forem bons. Se não, você pode ter investimentos importantes em complexos portuários perdidos”, disse Gesner Oliveira.
Ele defendeu que para viabilizar essa integração do porto com a região econômica, a participação privada é muito importante.
Fonte: Portal EXAME.

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