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Pesquisa aponta soluções às demandas sociais para o transporte público no Brasil.

 

No Brasil, o transporte público é responsável pelo deslocamento diário de 46 milhões de brasileiros e a estimativa é que 87% dessas viagens são feitas por ônibus. Motivada pelas manifestações populares que mobilizaram todo o país no ano passado, a Associação Nacional das Empresas de Transporte Público (NTU), apresentou durante o Seminário Nacional 2014, uma pesquisa realizada com lideranças ligadas ao setor para saber quais as soluções para os anseios da população. O tema que permeou os dois dias do encontro, realizado em Brasília (27 e 28 de agosto), foi: “Transporte Público Urbano: como atender as demandas sociais?”.

Foram entrevistados 91 formadores de opinião, dos quais: gestores públicos, empresários, jornalistas, especialistas, parlamentares, representantes de Conselhos das Cidades e acadêmicos. Os questionários foram aplicados por telefone entre os dias 7 e 25 de julho de 2014.

Para 81% dos entrevistados, a população está mais preocupada com os reajustes das tarifas dos transportes coletivos do que com as contas de água, luz e telefone, por exemplo. Isso porque, para 56,8%, segundo a pesquisa, as passagens de ônibus são um gasto diário. Nesta perspectiva, para 39,6% dos entrevistados, a tarifa social justa ou acessível seria aquela que não compromete a renda do trabalhador. Já para 23,1%, as passagens deveriam ser 100% subsidiadas pelo Governo Federal, mas para 18,7% a tarifa social deveria ser aplicada apenas para aqueles que precisam. Uma das formas para baratear as passagens do transporte público seria a subvenção dos custos do serviço. Neste sentido, 92,3% apoiam a cobrança nos estacionamentos públicos e 85% concordam com a taxação da gasolina. Em algumas cidades da Europa, o usuário paga menos de 50% do custo da tarifa.

Quando o assunto é a qualidade do transporte público, os participantes da pesquisa dizem que são necessários investimentos públicos em sistemas com alta capacidade de locomoção de massas, como o BRT (Bus Rapid Transit) e Metrô (74,7%); em faixas exclusivas para ônibus (69,2%); e tecnologias como sistemas inteligentes de transporte e bilhetagem eletrônica (68,1%). Já os principais atributos são: regularidade do serviço – cumprimento do horário (73,6%); tempo total da viagem, incluindo tempo de espera (72,5%); e segurança no exterior e no interior dos veículos (57,1%).

Para o presidente executivo da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho (foto), os resultados apresentados pela pesquisa são contundentes, mesmo não sendo uma pesquisa quantitativa, mas uma sondagem de tendências, e apontam quais foram as grandes reivindicações do movimento. “É preciso que se priorize o transporte público no Brasil com investimentos permanentes do Governo Federal em infraestrutura e a subvenção ao serviço de transporte”, destacou. Os resultados da pesquisa podem suscitar planos e ações daqueles que são responsáveis por estruturar, planejar e operar os sistemas de transporte público no país, com objetivo de atender a sociedade da maneira que se espera. Cunha ainda comentou que será lançada nos próximos dias, uma carta à sociedade que também será destinada aos presidenciáveis com as principais propostas debatidas durante todo o evento.

Também com parte da programação do seminário especialistas, operadores e representantes da indústria apresentaram e debateram as inovações em tecnologia para a operação do ITS (Sistema de Transporte Inteligentes). Os temas apresentados foram: perspectivas dos ITS no Brasil; bilhetagem eletrônica e tecnologias para controle de gratuidades; e gestão operacional e informação ao usuário.

Além disso, na noite do dia 27, uma cerimônia homenageou personalidades do segmento com a Medalha do Mérito do Transporte Urbano Brasileiro 2014.

Thays Puzzi

Fonte: Agência CNT de Notícias.

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