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Ônibus em faixa fica mais rápido, mas abaixo da meta.

Estudo divulgado ontem pela Prefeitura de São Paulo aponta que a velocidade média dos ônibus subiu 46% nas faixas exclusivas implantadas neste ano na cidade. A velocidade passou de 14,3 km/h para 20,8 km/h na média de 77 trechos implantados de fevereiro a setembro. Apesar da melhora significativa, os dados apontam que só em 8 de 77 pontos a velocidade atingiu a meta de 25 km/h planejada pela gestão Fernando Haddad (PT).
O desempenho reforça a avaliação de especialistas, que, mesmo a favor das faixas à direita implantadas neste ano, não veem nelas uma solução definitiva. Devido a interferências diversas (como carros que precisam fazer conversões ou entrar em garagens), os efeitos dessas faixas são limitados em relação aos corredores à esquerda das vias.
“Estávamos em passo de tartaruga, agora pelo menos estamos mais rápido do que uma galinha”, diz Horácio Augusto Figueira, mestre em transportes pela USP. “É muita coisa, quase 50% de incremento da velocidade média. O que está fazendo com que muitas pessoas repensem como chegar ao trabalho, à universidade”, disse Haddad, para quem há mudança de cultura em benefício do transporte público.
A gestão Haddad ainda não divulgou os impactos da implantação das faixas de ônibus nos congestionamentos, para quem anda de carro. Há queixas de motoristas sobre maior lentidão, por exemplo, no corredor 23 de Maio. Haddad tinha a meta de fazer 150 km de faixas de ônibus à direita até 2016. Ela foi antecipada e ampliada para 220 km ainda neste ano. Até agora, já foram 170 km.
O prefeito mantém a promessa de outros 150 km de corredores exclusivos à esquerda –cujas obras, no entanto, ainda não começaram.
O estudo sobre a velocidade dos ônibus nas pistas exclusivas foi feito comparando os valores da semana anterior com os da semana de implantação de cada faixa. Ele só considerou trechos acima de 300 metros. Apesar da melhora generalizada, em um conjunto de faixas implantado na Penha (zona leste) a velocidade dos ônibus à tarde caiu 2,7%, de 14,9 km/h para 14,5 km/h. O trecho mais lento dos coletivos foi na rua Domingos Calheiros, no Tucuruvi (zona norte), com 7 km/h.
Fonte: Folha de S. Paulo.

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