Presidente do BNDES ainda afirmou que é necessário reduzir a taxa de juros e o spread a fim de melhorar o crédito e permitir que o País produza mais e gere mais empregos
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira, 31, que a redução da taxa de longo prazo (TLP) para as micro e pequenas empresas foi abordada em reunião com o Conselho da Febraban, realizada nesta manhã.
“Há espaço para reduzir essa taxa de juros e queremos fazer em conjunto com a Febraban. Tem que ser um Projeto de Lei, aprovado no Congresso, e, portanto, precisa de um debate técnico cuidadoso”, disse.
Mercadante afirmou ainda que o BNDES não precisa e não tem condições de receber subsídios do Tesouro. O presidente do BNDES acrescentou que não há pretensão de voltar com a taxa de juros de longo prazo (TJLP) – usada pela instituição para conceder crédito subsidiado durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT).
Mercadante acrescentou que o BNDES quer melhorar o calendário de relacionamento com a Febraban. “Por que o BNDES não participa da Febraban, só a Caixa e o Banco do Brasil? Queremos vir aqui, debater e construir pontes.”
O ex-ministro afirmou que é necessário reduzir a taxa de juros e o spread a fim de melhorar o crédito e permitir que o País produza mais e gere mais empregos.
Mercadante também declarou que a reindustrialização é absoluta prioridade e que o BNDES tem larga tradição com o setor.
“Se olharmos o Produto Interno Bruto, a indústria já chegou a ser 27%, mas hoje é 11%, ela vem perdendo espaço”, disse.
Mercadante citou que o País pode ter empresas estratégicas, a exemplo da Embraer, e que a agenda de economia verde é promissora para a reindustrialização brasileira.
“O BNDES tem várias linhas de financiamento, trabalhamos com muitas dessas empresas e estamos com uma carteira muito forte na parte de energia eólica”, afirmou. “Nossa indústria automobilística, por exemplo, terá que fazer mudanças. A demanda agora é muito mais por carros híbridos.”
Juros de longo prazo
O governo pode melhorar a comunicação sobre as ações econômicas, o que ajudaria a reduzir os juros de longo prazo e abriria espaço no Orçamento. Ao mesmo tempo, o País não está à beira de uma crise fiscal, na visão de Aloizio Mercadante.
“A qualidade do debate é muito rica em um momento em que nós precisamos discutir mais, o sistema financeiro, o governo, porque nós temos um desafio de ter uma taxa de juros que pode cair rapidamente”, disse ele em gravação para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a que o Estadão/Broadcast teve acesso. “Acho que tem um componente de expectativa, podemos melhorar a comunicação e com isso a taxa de juros de longo prazo cair.”
Mercadante participou, junto com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, da Gestão, Esther Dweck, e da Agricultura, Carlos Favaro, de reunião do conselho da Febraban nesta terça-feira.
Fonte: Estadão