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Estradas podem atrapalhar escoamento da safra no Paraná.

 

As chuvas que atingiram mais de 800 mil paranaenses entre junho e julho deste ano podem afetar o escoamento da próxima safra do Estado. Desde 7 de julho, fim de semana em que houve a maior incidência de chuvas do período, 16 estradas permanecem com trechos interditados. Destas, três estão totalmente interrompidas em função dos estragos causados pela erosão.

“O preço do frete ainda não sofreu influência nenhuma por causa deste problema. Até o momento o que percebemos foram situações em que houve maior demora para entregar a mercadoria”, esclareceu Sérgio Malucelli, presidente da Federação de Transportadores do Estado do Paraná (Fetranspar).

Mas como vários trechos em rodovias estão com o trânsito liberado em meia pista, o tempo de viagem acaba sendo maior.

Apesar dos graves problemas causados pela cheia dos rios, principalmente da bacia do Iguaçu, as perdas no campo foram até modestas. A “sorte” dos produtores ficou a cargo do calendário de plantio. “Estávamos bem no começo do plantio do trigo, produzido na região de Guarapuava”, conta Marcelo Garrido, economista do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Garrido ressalta que os produtores estavam preparando os campos para semear e, por isso, as perdas no campo por conta das chuvas podem ser mais na questão da qualidade de algum produto. No período estavam no campo apenas as plantações do milho safrinha, mas que ficam localizadas na região Norte, Noroeste e Oeste do Estado, e que não sofreram tanto com as chuvas.

O economista Flávio Turra, da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), ressalta que, a partir da segunda quinzena de agosto, começa a colheita da 2ª safra de feijão, quando serão produzidas 420 mil toneladas do grão. “Tivemos um pouco de problemas com a qualidade do feijão mas nada que possa refletir no preço”, afirma. O Paraná é o maior produtor de feijão do País, mas como esta safra apresentou um crescimento de 25% em relação a anterior, o preço não deve ser afetado.

A produção de holericulas também não foi afetada, em parte por conta do calendário. As folhosas tem ciclo bastante curto e o tomate e a batata, ainda não estavam no campo, segundo as informações do engenheiro agronômo Iribert Hamerschmidt, coordenador estatual de holerículadas do Instituto Emater.

Estado dos trechos de rodovias afetadas até 17 de julho.

Regional Leste  (compreende o Sul, Suleste,e parte da RMC e Litoral) – 21 trechos afetados, 4 trechos totalmente interditados, 5 trechos em meia pista, 12 trechos liberados.

Regional Oeste (compreende o Oeste e Sudoeste) – 27 trechos afetados, 1 trecho totalmente interditado, 13 trechos em meia pista, 13 trechos liberados.

Regional Noroeste (compreende o Noroeste) – 17 trechos afetados, sem trechos totalmente interditados, 3 trechos em meia pista, 14 trechos liberados.

Regional Campos Gerais (compreende os Campos Gerais e Centro) – 46 trechos afetados, 9 trechos totalmente interditados, 15 trechos em meia pista, 22 trechos liberados.

Rodovias federais – 9 trechos afetados, sem trechos totalmente interditados, 2 trechos em meia pista, 7 trechos liberados.

Rodovias estaduais – 111 trechos afetados, 14 trechos totalmente interditados, 36 trechos em meia pista, 61 trechos liberados.

Fonte: Bem Paraná.
 

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