Live do Valor especial do projeto Prática ESG debateu os caminhos para área acelerar a transição para uma economia com menos emissões de carbono
As vendas de veículos movidos a eletricidade têm aumentado no Brasil. Até o fim deste ano, serão comercializados 30% mais automóveis leves eletrificados que em 2021, com cerca de 45 mil unidades emplacadas até dezembro, segundo a estimativa da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Em julho, o país alcançou a marca de 100 mil veículos eletrificados emplacados.
Entre os veículos pesados, o avanço percentual é expressivo, ainda que os volumes absolutos sejam baixos: de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre janeiro e setembro, a venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás cresceu 386% no Brasil. Foram emplacados 534 modelos elétricos e a gás cresceu 386% no Brasil. Foram emplacados 534 modelos elétricos, na comparação com os 121 em 2021.
Mas os veículos elétricos são mesmo boas alternativas para a transição para uma economia menos poluente? Qual o papel dos híbridos nessa trajetória, especialmente no Brasil? Quais os obstáculos que o país precisa vencer para popularizar alternativas de transporte e logística menos poluentes?
Em busca de respostas a estas perguntas, a plataforma Prática ESG , uma realização conjunta dos jornais Valor Econômico e O Globo, realizou no dia 18 de novembro a live “Eletrificação é o caminho para reduzir emissões poluentes no transporte e logística?”. Participaram do evento Antonio Filosa, presidente da Stellantis na América do Sul; Marcus Quintella, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em transportes; e Rodrigo Figueiredo, VP de sustentabilidade e suprimentos da Ambev. A mediação ficou a cargo de Naiara Bertão, editora do Projeto Prática ESG.
Tendências
Para Quintella, a eletrificação é uma tendência no setor de logística, inclusive para os transportes sobre trilhos, sejam eles de carga ou de passageiros. “Mas, para alcançar este avanço, é preciso planejamento e continuidade, apoiada em técnicas e metodologias”. Por sua vez, Figueiredo lembrou que a Ambev aposta na diversificação de soluções para entregar as melhores soluções logísticas, reduzindo emissões. “Já utilizamos caminhões elétricos e veículos de diferentes portes, inclusive vans menores. Atuamos em parceria com a academia e com os fornecedores”.
Filosa, da Stellantis, explicou como a indústria automotiva vem se reinventando na direção da eficiência e da redução de emissões. Cada continente tem buscado seu próprio caminho: “A Europa não tem saída: sua única alternativa é a eletrificação. E a tecnologia que for desenvolvida para a região estará disponível para os demais países. Mas as baterias ainda têm alto preço, o que faz dos carros elétricos uma solução cara”, afirmou Filosa.
Já o Brasil conta com o etanol, é alternativa mais limpa e que representa uma ótima oportunidade de geração de empregos e de negócios, pontuou: “Em seu ciclo completo, do plantio até o escapamento, é quase tão neutro em carbono quanto um carro elétrico”. Outro caminho, apontou, apoia-se na otimização das fábricas. “De todas as emissões da indústria automotiva, 55% estão nos processos produtivos”, afirmou, lembrando que a Stellantis tem adotado práticas e tecnologias para mitigar as emissões industriais.
Objetivos ambiciosos
Líder no setor automotivo com 14 marcas, a Stellantis tem metas claras para a eletrificação dos veículos que produz, em coerência com o plano global de longo prazo, o Dare Forward 2030. Planeja que 100% de suas vendas na União Europeia em 2030 sejam de veículos elétricos. Nos Estados Unidos, a participação dos elétricos no total de vendas no fim desta década deverá ser de 50% e, no Brasil, de 20%. “A empresa assume um papel de liderança na descarbonização e dá passos decisivos na economia circular”, explicou.
A Stellantis América do Sul é parte ativa deste plano estratégico e trabalha para atingir regionalmente as metas de descarbonização. No Brasil, em específico, a empresa já lançou o Fiat 500e, o Peugeot e-208GT e o Peugeot e-2008, além dos furgões Citroën Ë-Jumpy, o Peugeot e-Expert e o Fiat e-Scudo. E lançou ainda, no campo dos híbridos, o lançamento do Jeep Compass 4xe híbrido plug-in.
Fonte: Valor Econômico