Ao menos 61 suspeitos de integrar uma facção criminosa que atua no estado de São Paulo foram presos nesta terça-feira (28) no interior paulista. Dois deles foram identificados pelo Ministério Público como gestores financeiros do grupo e responsáveis pelos chamados “gravatas’, que são os representantes do núcleo jurídico da quadrilha. Na região de Campinas a operação recebeu o nome de “Avaros”, do latim avareza, já que o objetivo era o sistema financeiro do grupo.
Dois suspeitos morreram em trocas de tiros com os policiais militares – Hortolândia e em Santa Bárbara d´Oeste- durante as diligências. Na casa do suspeito morto em Hortolândia os investigadores encontraram uma espécie de contabilidade do crime. Em uma das folhas estava mencionado o valor de R$ 13 milhões. Foram apreendidas ainda 2,4 toneladas de drogas, além de armas e veículos. Uma quantidade de dinheiro também foi apreendida, mas o valor não foi divulgado.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a PM, na operação foi identificada uma rota interestadual de drogas na região de Campinas a partir de Indaiatuba.
Vinte promotores de Justiça do Gaeco e cerca de mil policiais militares participam das diligências no interior do estado. Ao todo são 68 mandados de busca e apreensão, 42 de prisão temporária e oito de prisão preventiva.
Região de Campinas
Na região de Campinas foram 16 presos entre os 61, que estão sendo levados para o 4º Distrito Policial de Campinas, no bairro Taquaral. No grupo estão dois dos principais alvos no estado, um de Monte Mor e outro de Indaiatuba.
Ainda na região de Campinas, prisões e buscas ocorrem nas cidades de Aguaí (SP), Campinas (SP), Indaiatuba (SP), Hortolândia (SP), Sumaré (SP), Monte Mor (SP), Mogi Mirim (SP), Rio Claro (SP) e Santa Bárbara d´Oeste.
Região de Piracicaba
Em Piracicaba (SP), dois suspeitos de integrar a facção criminosa foram presos. Foi cumprido mandado de busca e apreensão em uma residência em frente ao terminal de ônibus do bairro São Jorge. Os policiais também apreenderam uma CPU de computador.
Em Santa Bárbara d’Oeste (SP), houve troca de tiros no início da manhã, um suspeito ficou ferido e morreu no hospital. Outro homem que era procurado pela polícia foi preso enquanto tentava fugir pela Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304).
Baixada Santista
Pelo menos 10 pessoas foram presas durante a Operação ‘Cavalo de Aço’, realizada pela Polícia Militar e o Ministério Público, na manhã desta terça-feira , nas cidades da Baixada Santista, no litoral de São Paulo.
Entre os presos, estão oito pessoas ligadas ao tráfico de drogas e dois policiais militares. Um homem identificado como Wilson Gonçalves Pereira, conhecido como Pelé, responsável pelo tráfico em pontos de Cubatão e cunhado de um vereador da cidade, foi um dos presos.
Outras cidades do estado
O Gaeco informou ainda que os mandados estão sendo cumpridos em São José do Rio Preto (SP), Ribeirão Preto (SP), Bauru (SP), Severínia (SP), Riolândia (SP), Ituverava (SP) e Sertãozinho (SP).
Prisão
O filho de um detento da penitenciária de Riolândia (SP) foi preso na manhã desta terça-feira dentro da operação do Gaeco e PM . O suspeito tem 25 anos e está na cadeia de Severínia (SP).Segundo investigações da Promotoria, o rapaz agia a mando do pai, que comandava o tráfico de drogas na região noroeste paulista mesmo dentro de um presídio.
Com o apoio de policiais militares, os promotores do Gaeco cumpriram mandados de busca e apreensão e de prisão em Severínia. O alvo era o filho do detento. De acordo com os promotores, Monobloco, como é conhecido, mesmo de dentro da cadeia atuava no tráfico de drogas e teria ligação com a quadrilha que age dentro e fora dos presídios paulistas. O filho seria responsável pelos contatos fora da prisão.
Com o suspeito, a polícia encontrou porções de maconha e comprimidos de ecstasy, além de quase R$ 5 mil e dois carros também foram apreendidos.
Há um ano e meio o Gaeco investiga a quadrilha, que segundo os promotores movimenta cerca de uma tonelada de drogas por mês nas regiões de São José do Rio Preto (SP) e Ribeirão Preto (SP).
O jovem teve a prisão decretada por 30 dias pela Justiça e está na cadeia de Severínia. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão na cela do pai, na cadeia de Riolândia, mas não informou se algo foi encontrado no local.
Oeste do Paraná
A Polícia Federal desarticulou nesta terça-feira (28) uma quadrilha de traficantes de droga que vinha agindo na região oeste do Paraná havia ao menos 10 anos. Durante a Operação Aletria, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, três de instalação de tornozeleira eletrônica, oito de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 17 de busca e apreensão.
As ações foram realizadas nas cidades de Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Missal e Itaipulândia. Nesta terça, foram apreendidos R$ 250 mil escondidos na base de uma mesa que estava em uma das casas onde foram cumpridos os mandados. Foram recolhidos ainda, entre outros, 12 carros, quatro caminhões, máquinas e uma lancha.
E desde janeiro de 2015, quando as investigações tiveram início, foram recolhidos sete automóveis, duas embarcações, um caminhão, uma carreta, 31 toneladas de alpiste contrabandeado, cinco armas de fogo, munição, 4,5 toneladas de maconha, 9 kg de crack e uma prensa de cocaína. No mesmo período, nove pessoas foram presas em flagrante no Paraná, São Paulo e em Pernambuco.
Patrimônio de R$ 20 milhões
De acordo com a PF, há indícios de que o patrimônio da quadrilha é de aproximadamente R$ 20 milhões e que o homem apontando como chefe do grupo atuava no tráfico de drogas há pelo menos 10 anos.
A droga, aponta o delegado Fabiano Bordignon, era inserida e armazenada em território nacional e enviada para grandes centros consumidores do país. A quadrilha é composta por pelo menos 12 pessoas que se dividiam entre as que atuavam diretamente no tráfico de drogas e as que auxiliavam na ocultação de administração dos bens adquiridos com o proveito do tráfico.
A Justiça Federal também determinou o sequestro judicial de bens dos suspeitos, entre casas, terrenos, uma chácara supostamente usada no depósito de drogas, um motel em Santa Terezinha de Itaipu e uma pedreira em Itaipulândia, além de veículos e máquinas.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e posse ilegal de armas. O inquérito policial deve ser concluído em 30 dias e o prazo pode ser prorrogado por mais um mês.
Fonte: G1 Campinas.