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SP quer assumir policiamento de rodovias federais no estado

 

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, afirmou nesta segunda-feira (27) que o governo paulista quer fazer convênio com o governo federal para assumir o policiamento das rodovias federais que passam pelo estado de São Paulo.

Segundo o secretário, ele fez um pedido em meio para que a Polícia Rodoviária Estadual assuma a fiscalização e libere a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O G1 aguarda o posicionamento do Ministério da Justiça sobre o convênio. As rodovias federais Fernão Dias, Presidente Dutra e Régis Bittencourt passam pelo estado de São Paulo.

O convênio [com o governo federal] seria uma maneira de tornar o trabalho mais eficiente.    É inegável que roubo de carga precisa ser combatido de maneira mais forte”

 

Alexandre de Moraes, secretário de Segurança

“Nesse convênio, o governo federal ofereceria scanner móveis [para inspeção de cargas]. Ideia é facilitar planejamento estratégico para combater o roubo de carga”, afirmou.

Ainda de acordo com Moraes, o convênio está em análise e em agosto será debatido de novo. Para o secretário, a PRF faz um bom trabalho e o

“convênio seria uma maneira de tornar o trabalho mais eficiente”.

“É inegável que roubo de carga precisa ser combatido de maneira mais forte”, afirmou.

São Paulo teve queda significativa no número de casos de roubo de carga em junho deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Apesar disso, o estado e a capital fecharam este semestre com leve aumento desse tipo de crime, comparado com período idêntico de 2014.

O G1 teve acesso aos dados desse índice criminal antes da divulgação oficial desta segunda-feira. Os números mostram que a tendência de queda dos roubos de carga no mês passado foi mais relevante do que o crescimento no semestre que passou.

Junho

Estado, Grande São Paulo e capital registraram quedas de roubos de cargas no mês passado num comparativo com igual período de 2014. O estado teve 584 casos desse crime ante 658 no mesmo mês do ano passado. Isso representa um recuo de 11,2%.

Em junho deste ano, a Grande São Paulo registrou 135 roubos de carga diante de 175 em 2014 (queda de 22,8%). Já a capital teve 323 contra 361 (menos 10,5%).

Semestre

Apesar disso, o estado e a capital terminaram os seis primeiros meses com aumento de roubos de carga em comparação com o mesmo período de 2014. Foram 4.422 casos neste ano no Estado, ante 4.300 no ano passado (crescimento de 2,8%). A capital registrou recentemente 2.659 roubos diante de 2.471 (subiu 7,6%). O mês de março deste ano contribuiu para o aumento, tendo picos de casos (veja quadro abaixo).

No semestre, houve recuo somente na amostragem feita com a Grande São Paulo, onde ocorreram 991 casos de roubos de carga diante de 1.060 em 2014 (diminuiu 6,5%).

Secretário

Alexandre comemorou a redução de roubos de cargas em junho (veja vídeo acima). Ele atribuiu o recuo no mês passado a cerca de 200 prisões feitas pela polícia de suspeitos de praticar esse tipo de crime, incluindo integrantes de quadrilhas especializadas.

“Nós alteramos a forma de policiamento. Viaturas se movendo mais, mais motocicletas fazendo policiamento e o policiamento integrado: Polícia Militar [PM] / Polícia Civil”, disse Mores para justificar a prisão de seis grandes quadrilhas de roubos de carga que atuavam no Estado.

Sobre o aumento de casos de roubo de cargas no primeiro semestre, Moraes disse que será necessário manter o mesmo policiamento para reduzir esse tipo de crime daqui para frente. “Ainda no semestre, ainda no estado, há uma leve elevação de 2,84 [%]. Nós precisamos continuar essa tendência pra já, tudo dando certo, no mês que vem já equilibrarmos isso”.

Prisões

As prisões dos assaltantes e ladrões de cargas foram feitas a partir de investigações com trabalho de inteligência da Delegacia de Repressão a Desmanches Ilegais (Divecar) do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic). “A prisão de cada quadrilha, eu diria a você, que diminui em muito o roubo a carga”, afirmou Moraes. “Prendendo a quadrilha, você prende o receptador e diminui o fluxo da criminalidade.”

No mês passado, o secretário completou mais de seis meses à frente da pasta da Segurança. Ele assumiu o cargo em janeiro, no lugar de Fernando Grella. No discurso de posse, havia dito que uma das metas da SSP seria o combate aos roubos para diminuir esse tipo de crime.

Moraes aposta essa tendência ao trabalho conjunto entre a Polícia Civil e sindicatos de transportes, com a continuidade da troca de informações sigilosas, que permitam a investigação mapear as áreas de atuação das quadrilhas. As prisões das quadrilhas, por exemplo, foram feitas a partir das rotas, dias e horários traçados dos ataques aos veículos de cargas.

Interior e litoral

No estado, Campinas, São José do Rio Preto, Bauru e Baixada Santista foram as regiões com maior incidência de roubos de carga, segundo Moraes. “Campinas: lá nós temos os grandes depósitos, principalmente em virtude do Aeroporto de Viracopos”, disse o secretário.

Prendendo a quadrilha, você prende o receptador e diminui o fluxo da criminalidade”

Alexandre de Moraes

A região de Campinas ainda é visada por ser cortada pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Santos Dumont e Dom Pedro I, rotas de veículos de transporte de cargas.

Em maio, cerca de 15 homens armados usaram dois caminhões e duas carretas para roubar eletroeletrônicos, como tablets e celulares, do centro de distribuição do Magazine Luiza, em Louveira. “Com a prisão dos integrantes da quadrilha, foram recuperados R$ 25 milhões em produtos”, disse Moraes.

De acordo com o secretário, além das quadrilhas, assaltantes praticavam roubos de cargas fracionadas de carnes nas regiões de São José do Rio Preto e Bauru. “Na Baixada Santista, em virtude do Porto [de Santos], nós temos outro tipo de quadrilha especializada”, afirmou.

Quarta-feira e quinta-feira são os dias com maior número de casos de roubos de carga, segundo Moraes. “São informações que nós mapeamos”, explicou o secretário.

Os períodos da manhã, das 6h às 9h, e os do final da tarde e noite, entre 18h e 21h, foram os horários com maior incidência de roubos.

Fonte: G1 São Paulo

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