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Sem crédito, cresce procura por consórcio de caminhões

 

Caminhões de carga no sentido Guarujá da Rodovia Conego Domênico Rangoni, no litoral de SP.

Com o fim do Finame PSI, linha de crédito do BNDES (Banco estadual de fomento) que impulsionou as vendas de caminhões nos últimos anos, transportadores estão usando consórcios para renovar a frota.

No primeiro bimestre deste ano, as vendas de novas cotas aumentaram 10%, chegando a 54,8 mil contratos. “Os empresários buscam deixar o dinheiro rendendo e fazer o investimento quando for mais oportuno”, disse o presidente da Abac (associação das administradoras de consórcio), Paulo Roberto Rossini.

A Mercedes-Benz, que relançou o consórcio da marca em outubro do ano passado, já tem em sua carteira 500 cotas e o nível de conversão para a venda de caminhões novos está perto de 70%.

O vice – presidente de vendas de caminhões da empresa, Roberto Leoncini, disse que a expectativa é aumentar o ritmo de novos contratos.

 

“Não nos interessa pura e simplesmente vender cotas de consórcio. Quero que esse cliente converta isso em caminhões novos. Mas, claro, tendo em mente a nova realidade do mercado. O cliente não vai comprar caminhão com a mesma volúpia de quatro, cinco anos atrás”.

APETITE MENOR

Na expectativa do setor, os licenciamentos de caminhões devem registrar queda em torno de 30% nos três primeiros meses desse ano.

A Scania formou uma certeira de R$ 1 bilhão em 2015, sobre R$ 900 milhões em 2014. A diretora-geral do Consórcio Scania Brasil, Suzana Soncin, disse a meta é chegar a R$ 1,3 bilhão neste ano.

“O consórcio é uma alternativa para o transportador porque, como as incertezas econômicas são grandes, o empresário está receoso em investir”, disse Suzana.

Cristovam de Souza Oliviera, diretor financeiro da Augurio Construções e Terraplanagem, da Bahia, foi um dos que usaram essa forma de financiamento para renovar a frota de 18 caminhões.

“A idade média de nossa frota gira em torno de dois anos e, como os financiamentos não oferecem taxas atrativas, a solução foi o consórcio”, disse Oliveira, que é cliente do Consórcio Mercedes-Benz”.

 

 

O braço financeiro da Volvo Latin America, também viu sua carteira de consórcio crescer 35% no ano passado por causa de condições menos propícias do Finame.

O presidente do Volvo Financial Service, Ruy Meirelles, disse que no ano passado, a marca alcançou R$ 1,1 bilhão em carteira, a primeira vez em 21 anos de operação. “Para 2016, a expectativa é mantermos esse volume. A economia não está dando sinais de melhora”.

TENDÊNCIA

Outro que viu sua carteira de consórcio crescer do ano passado para cá foi a BRQUALY, a administradora do consórcio MAN ligada ao Grupo Rodobens. O gerente comercial da empresa, Antonio Barros, disse que metade da carteira, de 4.000 clientes, foi formada em 2015.

“Ainda é pequeno o volume da carteira, mas começamos há quatro anos. A tendência de migração para o consórcio deve permanecer nos próximos anos. Temos muito espaço para crescer.”

Fonte: Folha de São Paulo.

 

 

 

 

 

 

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