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Seca em SP já custou R$ 30 milhões ao setor de grãos, diz Abag.

 

A estiagem no estado de São Paulo já causou prejuízo de pelo menos R$ 30 milhões a produtores de grãos, segundo o presidente do Conselho de Logística e Infraestrutura da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Renato Pavan. As perdas são resultado da paralisação da hidrovia Tietê-Paraná, que permite escoar a produção agrícola de estados do Centro-Oeste pelo porto de Santos. Com a baixa vazão dos rios em alguns trechos, cerca de 2 milhões de toneladas de grãos precisaram ser transportadas em rodovias, gerando um custo extra de R$ 15 por tonelada ao produtor.

Pavan explica que o custo para transportar grãos pela hidrovia é de R$ 86 por tonelada. A Tietê-Paraná tem capacidade para movimentar 6 milhões de toneladas de produtos por ano, sendo que metade desse montante é composta por grãos. Este ano, o setor conseguiu movimentar pela hidrovia 1 milhão de toneladas, segundo Pavan. Os 2 milhões restantes precisaram ser transportados de caminhão.

O custo para transportar uma tonelada de grãos de caminhão é de R$ 101, segundo Pavan. Pela hidrovia, o valor é de R$ 86. “A diferença é de R$ 15, pagos por 2 milhões de toneladas que não foram transportadas pela hidrovia. Para o setor, custou R$ 30 milhões.”

A hidrovia Tietê-Paraná transporta os produtos de São Simão até Pederneiras, de onde a carga parte para o porto de Santos em ferrovias. A Abag não possui um levantamento de perdas de todo o setor do agronegócio por causa da seca.

Mas Pavan lembra que os prejuízos causados pelo transporte não são os únicos com os quais o produtor precisa arcar neste período de estiagem. “Claro que a seca traz problemas sérios para a cultura em si. Você faz um planejamento baseando-se em algumas premissas. Mas as premissas foram todas ultrapassadas por uma crise que acontece uma vez a cada 100 anos, ninguém esperava que pudesse ocorrer tamanha seca”, diz. “O plantio da próxima safra de soja vai ter que ser adiado, vai se colher mais tarde. Vai ficar muito apertado para colher três culturas no ano.”

Fonte: G1.

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