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Quadrilha que furtava caminhões é presa após 2 anos de investigação

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A Polícia Civil de Pilar do Sul (SP) divulgou nesta terça-feira (19) que uma quadrilha que movimentava cerca de R$ 3 milhões por ano com o furto de caminhões em cidades da região de Itapetininga (SP) e em Dourados (MS) foi presa após dois anos de investigação. As prisões aconteceram durante uma operação denominada “Vitória”, que foi deflagrada nos dias 6 e 12 de julho.

De acordo com o delegado Milton Andreoli, de Pilar do Sul, as investigações envolveram cerca de 40 policiais civis do Estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A polícia apurou que o grupo, com nove integrantes, furtava, clonava e depois revendia cerca de 40 caminhões anualmente desde 2010 em várias cidades do interior de São Paulo e também em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

“Cada integrante da quadrilha tinha como função: o furto, a clonagem através da cópia de documentos e placas de caminhões já existentes, o transporte e a revenda. Há indícios que os veículos clonados eram vendidos até no Paraguai. Temos mais de 2 mil páginas de inquérito com conversas receptadas e outras provas do envolvimento deles. Identificamos todos os suspeitos em agosto de 2015 e desde então estamos monitorando-os para colher mais e mais provas”, explica Andreoli.

Segundo o delegado, o cumprimento dos mandados de busca e apreensão que resultaram em cinco prisões aconteceu em duas fases. Na primeira delas, em 6 de julho, foi nas cidades de Votorantim, Tatuí (SP), Itapetininga (SP) e Tapiraí. Já a segunda fase aconteceu em 12 de julho no município de Dourados. “Cinco foram presos durante as duas fases e quatro seguem foragidos. Os integrantes foram indiciados por furto, formação de quadrilha, adulteração de veículos, falsificação de documentos públicos e organização criminosa”, afirma.

Ainda segundo o delegado os presos são Leandro de Sousa, ou Cabelo, um despachante de Votorantim (SP); Ricardo Ribeiro e Matheus Sobrinho, ambos de Tapiraí (SP); Florival de Góes, ou Baiano, de Itapetininga (SP); e Marcos Miranda, apelidado de Zóio, de Tatuí (SP). Indagados, todos os homens negaram os crimes, mas não apresentaram advogados à Polícia Civil.

Já os foragidos são Claudinei da Silva e Diogo Bento, de Votorantim, e Adriano da Rocha e Carlos Fischer, ambos de Dourados (MS). Um dos residentes em Dourados, inclusive, era casado com uma descendente de índios e morava na aldeia indígena de Jaguapiru, da tribo Terena, onde um caminhão furtado que era usado pelos índios foi localizado, afirma a Polícia Civil. Eles podem pegar, no máximo, 27 anos de prisão.

Investigação

Segundo o delegado Milton, a investigação começou em dezembro de 2014 depois que os policiais constataram que caminhões furtados eram deixados em uma plantação de eucalipto, localizada em uma fazenda entre as cidades de Pilar do Sul e Tapiraí. De acordo com a Polícia Civil, devido ao grande território da fazenda, pertencente a uma empresa, a quadrilha usava o local como esconderijo até a procura pelos caminhões acabar.

“Eles deixavam os caminhões ‘esfriarem’ nessa plantação por alguns dias depois do furto. Como a fazenda é na zona rural e a identificação de GPS era prejudicada, lá eles poderiam esperar até terem documentos falsos para o transporte. E o local é muito grande, por isso nem todas as vezes que os guardas da empresa achavam um caminhão nossa equipe conseguia chegar a tempo de deter os suspeitos. Por isso, nossos investigadores chegaram até a acampar na fazenda à espera de flagrarem o grupo. Em uma dessas vezes, nossa equipe achou um celular perdido de um dos integrantes do grupo. Essa foi a ‘porta de entrada’ para a quadrilha”, aponta o delegado Milton Andreoli.

Após meses de investigações, a polícia identificou a abrangência do grupo e seus integrantes. Descobriu também as cidades onde os furtos ocorriam, como Taquarituba (SP) e Capela do Alto (SP). “Constatamos que muitos dos suspeitos já tinham até passagens na polícia por crimes semelhantes e que já tinham sido presos até juntos”, afirma Andreoli.

Fonte: G1.

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