Um projeto em desenvolvimento nos Estados Unidos quer tornar as viagens de avião quase três vezes mais rápidas que as feitas atualmente. A iniciativa é da Boom Technology, empresa criada em 2014, sediada em Denver, no Colorado, que trabalha para desenvolver um novo modelo para o transporte aéreo de passageiros supersônico. O avião, chamado Boom, deve ter capacidade para até 40 passageiros e alcançar velocidade até 2,2 vezes maior que a do som, o equivalente a 2,6 mil km/h.
Com isso, conforme a empresa, uma viagem de Nova Iorque (EUA) a Londres (Inglaterra), que leva, atualmente 7 horas, poderá ser feita em cerca de 3 horas e 25minutos. A passagem custaria cerca de US$ 5.000. “Velocidade supersônica a preço de classe executiva”, divulga a Boom Technology, destacando a redução dos problemas decorrentes do jet-lag, da perda de produtividade e de tempo. Entre Tóquio (Japão) e São Francisco (EUA), a viagem de 11 horas pode cair para 4 horas e 40 minutos, com passagem a US$ 6,5 mil. E entre Sidney (Austrália) e Los Angeles, o percurso de 15 horas será feito em apenas 6 horas, por US$ 7 mil.
A empresa afirma que isso é possível graças à aerodinâmica, à estrutura de fibra de carbono e à tecnologia do motor. “No nosso hangar em Denver, estamos combinando motores a jato e fibra de carbono, design avançado e testes em túnel de vento”, diz a Boom Tecnhology, no site em que apresenta o projeto. A expectativa é que os primeiros voos ocorram até o final do ano que vem, no Aeroporto Centennial, no Colorado, com testes supersônicos na Calofórnia.
Em agosto do ano passado, sites de notícias divulgaram que a Airbus registrou a patente de um avião de passageiros supersônico, que poderia atingir 4,5 vezes a velocidade do som, ou 5,5 mil km/h. Um voo entre Londres e Nova Iorque poderia ser feito, assim, em cerca de uma hora. No entanto, a empresa não divulgou informações oficiais sobre o projeto.
Até agora, o modelo que se ficou conhecido como o avião de passageiros mais rápido do mundo foi o Concorde. Criado por um consórcio entre uma empresa britânica e uma francesa, os voos comerciais com o modelo foram feitos entre 1976 e 2003 pela British Airways e pela Air France. A suspensão das atividades ocorreu após um acidente envolvendo o modelo no ano 2000, na França. O avião alcançava duas vezes a velocidade do som, cerca de 2,4 mil km/h e tinha capacidade para 100 passageiros.
Natália Pianegonda
Fonte: Agência CNT de Notícias.