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Mobilidade urbana nos principais centros do país demanda quase R$ 240 bilhões em investimentos.

- Sindicamp

Estima-se que, no Brasil, 86% da população viva nas cidades. E as projeções são de que a densidade populacional nos centros urbanos não pare de crescer: a ONU (Organização das Nações Unidas) projeta que algumas regiões metropolitanas devem ter crescimento populacional de 145% até 2025. Um dos setores mais impactados com esse crescimento é o de transportes e, com ele, a economia e a qualidade de vida nas cidades.

Para superar o déficit e fazer frente ao crescimento na demanda por mobilidade, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) estima que sejam necessários R$ 240 bilhões em investimentos para executar 343 projetos. A previsão está no Plano de Transporte e Logística 2014, lançado na sexta-feira (22).

As propostas da entidade para solução dos gargalos são para 17 capitais e regiões metropolitanas: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Distrito Federal e entorno, Recife (PE), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Manaus (AM), Belém (PA), Grande Vitória (ES), Natal (RN), Florianópolis (SC), Cuiabá (MT) e Aracaju (SE). Outras regiões também são consideradas nas propostas, pela aglomeração urbana ou pela influência sobre outras cidades e até estados vizinhos, como é o caso da Baixada Santista (SP), Uberlândia (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Vitória da Conquista (BA), Pelotas (RS), Uberaba (MG) e Petrópolis (RJ).

“Os sistemas de mobilidade têm uma importância fundamental para a economia do país e para a qualidade de vida dos seus cidadãos. A ausência de planejamento adequado e de investimento continuado nas redes de transporte das cidades brasileiras, ao longo dos anos, tem refletido na diminuição do número de passageiros do transporte público e nos freqüentes congestionamentos. De uma maneira geral, as ineficiências no transporte conduzem à perda de competitividade nas cidades e da sua capacidade de atrair investimentos”, destaca o Plano.

O documento da CNT exemplifica que, somente em São Paulo, as perdas referentes aos congestionamentos somaram R$ 40,1 bilhões em 2012. Outro dado que reforça os danos econômicos aponta que as perdas econômicas em razão dos congestionamentos podem chegar a 3% do PIB da cidade ou região metropolitana analisada, conforme o Instituto Movimento.

Para a Confederação Nacional do Transporte, os projetos para a mobilidade urbana devem ser executados de forma simultânea, a fim de garantir a integração intermodal e um sistema eficiente para os deslocamentos cotidianos.

No caso da infraestrutura ferroviária, a estimativa é que sejam necessários R$ 167,1 bilhões para aquisição e melhoria de material rodante, recuperação de infraestrutura ferroviária de passageiros, construção de metrô ou trem urbano e construção de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou monotrilho. No transporte rodoviário, adequação, duplicação e construção de vias urbanas, implantação de corredor expresso ou BRT demandam R$ 67,8 bilhões. Adequações e construções de estações metroviárias, terminais de passageiros e plataformas de ônibus exigem um montante de R$ 3,8 bilhões. Já a implantação de propostas de transporte aquaviário está orçada, no total, em R$ 936,8 milhões.

O Plano CNT de Transporte e Logística 2014

As propostas do Plano CNT de Transporte e Logística foram divididas em duas tipologias: Projetos de Integração Nacional e Projetos Urbanos, de acordo com o âmbito territorial, as características do serviço oferecido e as esferas de influência. Além disso, são propostos em conjunto, para que sua operação se dê de forma sistêmica. Para a CNT, o potencial multimodal do país será mais bem aproveitado com a implantação simultânea de todos os projetos.

Os de Integração Nacional estão agrupados em nove eixos de transporte, compostos por diversos modais: o Nordeste-Sul, com extremidades em Fortaleza (CE) e em Rio Grande (RS); o Litorâneo, passando por toda a costa entre Belém (PA) e Porto Alegre (RS); o Norte-Sul, que passa pelo interior do país com extremidades em Belém e Uruguaiana (RS); o Amazônico, entre Tabatinga (AM) e Macapá (AP); o Norte-Sudeste, que liga as duas regiões entre Itacoatiara (AM) e Santos (SP); o eixo Leste-Oeste, que atravessa as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste com extremidades em Cruzeiro do Sul (AC) e Salvador (BA); e o eixo Cabotagem, que liga os principais portos marítimos brasileiros, desde Macapá até Rio Grande.

Já os Projetos Urbanos localizam-se em regiões metropolitanas: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Distrito Federal e entorno, Recife (PE), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Manaus (AM), Belém (PA), Grande Vitória (ES), Baixada Santista (SP), Natal (RN), Florianópolis (SC), Vale do Rio Cuiabá (MT) e Aracaju (SE). Também aborda projetos para núcleos urbanos de média e pequena dimensão que apresentam influência sobre outras cidades ou estados vizinhos, como: Uberlândia (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Vitória da Conquista (BA), Pelotas (RS), Uberaba (MG) e Petrópolis (RJ).

O Plano também relaciona cada projeto por região e estado. Clique aqui para ver a íntegra.

Natália Pianegonda

Fonte: Agência CNT de Notícias.

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