País passa a ter uma inflação acumulada de 4,68% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 4,04%
Neste mês, o destaque foi o grupo de Alimentação e bebidas, que registrou a maior variação (0,63%) e o maior impacto (0,13 ponto percentual) no índice geral. No mês anterior, o IPCA havia fechado com alta de 0,24%. Em novembro de 2022, teve alta de 0,41%.
Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 4,68% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 4,04%.
O resultado veio quase em linha com as projeções do mercado financeiro, que esperavam ganho de 0,29% em outubro e de 4,69% em 12 meses. Além disso, o indicador retornou para dentro do intervalo das metas de inflação perseguidas pelo Banco Central. A meta é de 3,25%, com tolerância entre 1,75% e 4,75%.
Em novembro, seis dos nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta. Além dos alimentos, os grupos de Habitação (0,48%) e Transportes (0,27%) tiveram as variações mais relevantes para a inflação oficial, contribuindo com 0,07 p.p. e 0,06 p.p., respectivamente.
No mês, há uma pequena distorção prevista para baixo em virtude da Balck Friday. É o caso das quedas em Vestuário (-0,35%), Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,50%).
Veja o resultado dos grupos do IPCA:
- Alimentação e bebidas: 0,63%;
- Habitação: 0,48%;
- Artigos de residência: -0,42%;
- Vestuário: -0,35%;
- Transportes: 0,27%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,08%;
- Despesas pessoais: 0,58%;
- Educação: 0,02%;
- Comunicação: -0,50%.
IPCA – Inflação oficial acumulada em 12 meses
Variação (em %) na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores.
Alimentos voltam a subir
Com alta mais importante, o grupo de Alimentação e bebidas acelerou em relação ao mês anterior, de 0,31% para os atuais 0,63%. A influência vem de uma subida de 0,75% no subgrupo Alimentação no domicílio, que engloba alimentos in natura, caso da cebola (26,59%), da batata-inglesa (8,83%), do arroz (3,63%) e das carnes (1,37%).
“As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças” explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
Em linha com as expectativas
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, a abertura dos dados mostra normalização de alguns produtos, após meses de inflação bastante reduzida. É o caso de alimentos e serviços, além de algum alívio vindo de uma alta mais leve dentro dos monitorados.
“O dado é muito bom, exceto a parte de alimentos que deve seguir pressionada nos próximos meses. Linhas importantes para o BC, como os núcleos de inflação e a inflação de serviços mostram uma situação bastante benigna”, afirma.
O economista Igor Cadilhac, do PicPay, aponta como possibilidade de baixas pelo bom contágio dos preços de bens sobre os demais, incluindo petróleo, pelo comportamento dos núcleos e sua inércia, e o combate à inflação de forma sincronizada mundo afora.
O analista monitora, por outro lado, o mercado de commodities agrícolas, incluindo os efeitos do El Niño, e aumentos salariais dado o baixo desemprego no país.
“A baixa média dos núcleos, em conjunto com os serviços subjacentes em patamar historicamente baixo, reforça um cenário desinflacionário mais consistente no curto prazo. Por outro lado, é importante reconhecer que o melhor momento dos alimentos ficou para trás. Este que parece ser o principal desafio para 2024”, diz o especialista.
INPC tem alta de 0,10% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,10% em novembro. Em outubro, houve alta de 0,12%.
Assim, o INPC acumula alta de 3,14% no ano e de 3,85% nos últimos 12 meses. Em novembro de 2022, a taxa foi de 0,38%.
Fonte: g1