Desenvolvimento e fabricação local de redutores para equipamentos agropecuários vão levar a qualidade da SEW-EURODRIVE para dentro das fazendas
Um componente que não é visto, mas está na base da produtividade agropecuária, vai absorver parte dos investimentos de R$ 900 milhões que a SEW-EURODRIVE programou para os próximos cinco anos na América Latina: o redutor.
Peça composta por engrenagens responsáveis por adequar a velocidade e ampliar a força, ou torque, de motores de diversos equipamentos que se movimentam, o redutor é o carro-chefe da empresa. E ele está presente, a depender de seu tamanho, desde máquinas para produção de coxinhas até cancelas de estacionamentos, esteiras de bagagem em aeroportos, esteiras de transporte de minérios em jazidas, sistemas de elevação para armazenagem de grãos ou esmagadoras de cana-de-açúcar.
Com as perspectivas de expansão do agronegócio, a SEW-EURODRIVE vai passar a produzir no Brasil componentes parrudos para máquinas que atendem a agropecuária, hoje na maior parte importados. A medida beneficia os fazendeiros, já que os fabricantes de equipamentos passarão a contar com novas opções de peças de qualidade, com mais resistência – garantida pelas décadas de experiência da especialista no ramo – e custos favorecidos pela produção local.
A SEW-EURODRIVE acompanha o agronegócio desde sua chegada ao país, há 45 anos, fornecendo peças para fabricantes de equipamentos destinadas ao setor. O primeiro segmento atendido foi o de armazenagem, com sistemas para movimentação vertical de grãos. Depois, com o desenvolvimento de componentes de maior porte, passou a atender também roscas de transporte de armazenagem e o setor de agroenergia, com açúcar e etanol, onde a empresa também é líder em acionamento de moagem e outros processos.
O avanço foi tal que em pouco mais de quatro décadas o agro saltou de 6% dos negócios da companhia para mais de 20%. “Estamos presentes cada vez mais da porteira para dentro”, diz Alexandre Reis, diretor-geral da SEW Brasil e América Latina. A marca já é líder em fornecimento dos componentes para fabricação de equipamentos para armazenagem – setor que já justifica boa parte dos investimentos, frente às perspectivas como armazenagem de no máximo 50% da safra de grãos até 2030 caso os aportes na área não sejam significativos.
A produção de redutores maiores e mais complexos permitirá aumentar a presença da SEW-EURODRIVE em máquinas no campo, de sistemas de irrigação a vagões forrageiros para alimentação do gado. Um dos atrativos é o sistema planetário, com maior produtividade e resistência garantida por número extra de engrenagens, capazes de suportar mais pancadas ou desafios pela frente.
A pecuária será uma das áreas beneficiadas. O lançamento de redutores com entradas paralelas adequados para sistemas de distribuição de ração e esterco, bem como em vagões misturadores horizontais e verticais, vai contribuir com as atividades de fornecer suplementação ao pasto ou harmonizar o funcionamento de equipamentos como vagões forrageiros e misturadores, adequando funções mecânicas à velocidade ideal para as operações.
Outra área em foco é a irrigação. O lançamento de redutores para acionamento de rodas do sistema, além do sistema pivô central, vai trazer tecnologia de fabricação nacional para sistemas modulares com capacidade de configurações personalizadas. “O investimento na produção local de redutores planetários vai contribuir com o campo. É importante que o fazendeiro conheça a qualidade dos componentes de suas máquinas”, adianta Alexandre Reis.
A geração de energia também está na mira. A marca já tem forte presença em energia eólica e bioenergia a partir do bagaço de cana e está ganhando espaço em energia solar.
Nova fábrica
A SEW-EURODRIVE iniciou operações no Brasil em 1978, com a fabricação concentrada em Guarulhos (SP). Entre 2008 e 2014 investiu cerca de R$ 1 bilhão em sua planta atual, em Indaiatuba (SP), além das montadoras em Rio Claro (SP) e Joinville (SC) e das operações na Argentina, Chile e Colômbia.
A fábrica totalmente digitalizada, com boa parte dos equipamentos automatizados e possibilidade de monitoramento à distância, vai ganhar área específica dedicada à logística e equipamentos para aumentar sua capacidade de produção e competitividade, inclusive de componentes de maior porte para máquinas maiores.
Além disso, a frota de cinco veículos autônomos de transporte (AGVs) será multiplicada por seis nos próximos dois anos e, agora, fabricados 100% no Brasil – hoje a marca fornece sistemas baseados em equipamentos importados e softwares desenvolvidos localmente. Os novos investimentos também permitirão garantir a competitividade nas exportações, que consomem cerca de 40% da produção atual.