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Governo anuncia corte de R$ 7,5 bilhões de obras do PAC

 

Programa de Aceleração do Crescimento terá bloqueio de R$ 5,2 bilhões. Outros R$ 2,2 bilhões serão remanejados para outras áreas.Programa de Aceleração do Crescimento terá bloqueio de R$ 5,2 bilhões. Outros R$ 2,2 bilhões serão remanejados para outras áreas.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será a principal vítima do bloqueio adicional de recursos no orçamento anunciado na semana passada. Dados informados nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do Planejamento mostram que o programa perderá R$ 7,5 bilhões em recursos. Mais R$ 640,5 milhões referem-se a emendas parlamentares. O valor de R$ 8,1 bilhões inclui o remanejamento de R$ 2,2 bilhões — para garantir o funcionamento de atividades da administração pública — e corte de R$ 5,9 bilhões.

Trata-se de novo estrangulamento no programa de investimentos, que já havia perdido R$ 8,9 bilhões no primeiro corte anunciado no segundo bimestre. Com isso, o orçamento do PAC neste ano cairá de R$ 36 bilhões, previstos na lei orçamentária, para R$ 19,6 bilhões — redução de 45%.

Havia a intenção do governo federal de reduzir pelo menos parte do corte de R$ 5,9 bilhões, mas, de acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, não foi possível concluir a análise de receitas extraordinárias que poderiam reforçar a arrecadação. O governo esperava recuperar R$ 2,1 bilhões de precatórios, mais R$ 1 bilhão com a concessão da Lotex (loteria instantânea) e outros recursos com leilão de aeroportos.

Conforme Oliveira, a única receita que seria possível de ser acrescentada era a devolução de pagamentos indevidos do INSS. Mas, como o valor não é considerado significativo, o governo preferiu não mudar o relatório bimestral de receitas e despesas agora.

O contingenciamento será de R$ 5,87 bilhões para o Executivo e R$ 74,8 milhões para os demais poderes. Além do PAC, outros R$ 640,5 milhões virão de emendas parlamentares, dos quais R$ 214,3 milhões das de bancada de partidos e R$ 426,2 milhões, das individuais. Oliveira explicou que, por lei, o corte das emendas tem de ser proporcional ao contingenciamento total.

PF e Defesa Civil estão entre os beneficiados

O remanejamento de R$ 2,2 bilhões — que se soma ao corte de R$ 5,9 bilhões — visa a aplacar ânimos de alguns órgãos que vinham apontando falta de recursos e chegaram a paralisar serviços — caso da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Todo esse valor a ser transferido sairá das verbas do PAC.

Além de PF e PRF, estão entre os beneficiados pelo remanejamento as operações de agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), carro-pipa, Defesa Civil, sistema de controle aéreo, Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Trensurb, entre outros. Com isso, as limitações para as demais pastas e também nas emendas parlamentares chegou a R$ 8,1 bilhões, contabilizando o valor remanejado e o efetivamente contingenciado.

O corte nos ministérios

Cidades: R$ 3,476 bilhões

Defesa: R$ 1,358 bilhão

Transportes, Portos e Aviação Civil: R$ 1,168 bilhão

Educação: R$ 550 milhões

Integração: R$ 400 milhões

Cultura: R$ 117,3 milhões

Desenvolvimento Social e Agrário: R$ 108,3 milhões

Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações: R$ 103,6 milhões

Esporte: R$ 84,5 milhões

Minas e Energia: R$ 64,2 milhões

Planejamento: R$ 32,3 milhões

Presidência da República: R$ 24,7 milhões

Cronologia dos cortes

– Julho de 2016Governo fixa meta fiscal de 2017 de déficit de R$ 139 bi.
– Março de 2017Para chegar à meta, governo anuncia corte de R$ 42,1 bilhões no orçamento.
– Maio de 2017Apostando em melhora da economia, governo libera R$ 3,1 bilhões e reduz o corte para R$ 39 bilhões.
– Julho de 2017Governo volta a cortar R$ 5,9 bilhões nas despesas. Contingenciamento: R$ 44,9 bi.

Fonte: O Estado de São Paulo – SP.

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