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Exportação industrial cresce 52,6% em nove meses na Região Metropolitana de Campinas

As transações internacionais promovidas pela indústria na Região Metropolitana de Campinas (RMC) sinalizam que a economia está em fase de recuperação, considerando-se o desempenho do setor nos nove primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2020. Apesar dos efeitos inflacionários, da alta do dólar e da falta de alguns insumos para a produção verificados em 2021, o setor industrial apresentou aumento de 52,6% nas exportações e alta de 25,3% nas importações no âmbito da RMC.

Os dados sobre os resultados da balança comercial na esfera da RMC foram compilados pelo Observatório da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). O professor Paulo Ricardo da Silva Oliveira, economista responsável pela análise, comentou que os números sinalizam o avanço mais intenso das atividades por parte de alguns segmentos, como o químico, de máquinas para construção civil e o automobilístico, além de setores que utilizam circuitos eletrônicos integrados.

O acumulado das exportações em 2021, de acordo com o levantamento, atingiu a marca de US$ 3,4 bilhões, volume que representa um acréscimo de 52,6% ao aferido nos nove primeiros meses de 2020. Oliveira destacou que o segmento de automóveis faturou US$ 147,6 milhões em exportações entre janeiro e setembro deste ano, montante 84,7% superior ao mesmo período do ano passado. O segmento específico de peças e acessórios para veículos movimentou US$ 112,7 milhões nos nove meses deste ano, evolução de 26,2% em relação ao mesmo período de 2020.

Além disso, a indústria que produz partes de motores exportou US$ 140,8 milhões até setembro deste ano, um aumento de 57,1% em relação a 2020. O segmento, por sua vez, vendeu ao exterior US$ 112,7 milhões neste ano, cifra 30,3% superior ao mesmo período do ano passado.

Fora do âmbito automobilístico, o setor de resíduos em metais preciosos também obteve resultado de destaque, conforme apurou o Observatório PUC-Campinas. O segmento totalizou US$ 160,5 milhões em exportações no período tomado para análise, crescimento de 1.014,1% em relação a 2020. A indústria de máquinas para construção civil exportou neste ano US$ 129,4 milhões, crescimento de 236,1% comparado ao ano passado.

Em setembro deste ano, a exportação de automóveis subiu 112,15%, comparado a setembro de 2020. Outro destaque foi o setor de máquinas para construção civil com aumento de 813,97% em setembro deste ano, comparado a setembro do ano passado.

O desempenho nas exportações foi positivo também no setor de resíduos em metais preciosos (aumento de 616,87%); no setor de polímeros de propileno (ou de outras olefinas) em formas primárias (135,56%), dentre outros. “Outro ponto positivo é que, no período citado, mais de 85% das exportações se concentraram em produtos de média-alta e alta complexidades, que estão ligados a maiores níveis de renda e de produtividade”, afirmou o professor Oliveira.

Importações

Quanto às importações, o acumulado nos nove primeiros meses deste ano na RMC atingiu o volume de US$ 11,1 bilhões, crescimento de 25,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. A compra de vacinas e antissoros totalizou US$ 228,3 milhões entre janeiro e setembro deste ano, aumento de 23,4% em comparação aos mesmos nove meses de 2020. Já a importação pela indústria de medicamentos chegou neste ano a US$ 197,7 milhões, alta de 49,2% em comparação com o mesmo período do ano passado.

A indústria de circuitos eletrônicos integrados também se destacou em relação às importações. Foram negociados US$ 744,6 milhões em mercadorias, alta de 16,1% em relação ao mesmo período de 2020. A indústria de peças e acessórios para máquinas de escritório, por seu turno, totalizou US$ 404,1 milhões em importações neste ano, aumento de 61,3% em comparação ao ano passado. O setor de peças e acessórios para veículos somou US$ 395,7 milhões neste ano, crescimento de 42,3% comparado à importação no mesmo período de 2020.

O valor transacionado nas importações, somente em setembro de 2021, alcançou US$ 1,4 bilhão. O desequilíbrio na balança comercial da indústria rendeu à RMC, este ano, um déficit de US$ 7,6 bilhões. Contudo, segundo Oliveira, a conjuntura evidencia retomada da atividade do setor no plano internacional.

“Em suma, para além dos problemas estruturais do déficit comercial regional causados pela dependência da importação de insumos externos industriais, a conjuntura evidencia retomada da atividade do setor externo da RMC”, reforçou Oliveira.

Fonte: Correio Popular

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