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Estiagem prejudica transporte de produtos pela hidrovia Tietê-Paraná.

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A hidrovia possui 2.500 km de extensão e passa pelos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e também São Paulo.

Sem chuva, o nível dos rios Tietê e Paraná está muito baixo, o que afeta a navegação porque não há profundidade suficiente para a passagem das embarcações.

O ONS (Operador Nacional de Sistema Elétrico) teve que reduzir o calado, que é uma parte da embarcação que fica dentro d´água, de três metros para apenas um metro.

Em alguns trechos, a partir de quinta-feira (5), será apenas de 60 centímetros. Isso afeta diretamente o escoamento da produção pela hidrovia. Uma cena incomum. Dezenas de barcaças paradas às margens do Rio Tietê, em Pederneiras, no interior de São Paulo. No município paulista, fica o principal porto intermodal do Centro-Oeste paulista, construído exclusivamente para receber a produção de grãos, celulose e minerais pela hidrovia Tietê-Paraná.

A medida que reduz o calado para navegação altera a capacidade de transporte dos comboios de 6 mil toneladas de carga para pouco mais de 500 toneladas.

Os efeitos dessas restrições já são sentidos pelas empresas que realizam o transporte de cargas pela hidrovia. Uma delas, por exemplo, paralisou totalmente o transporte de grãos e celulose e demitiu cerca de 500 funcionários.

A empresa transportava 300 mil toneladas por mês pela hidrovia. Além do transporte de carga, também constrói barcaças e outros equipamentos. A companhia tem 3.000 funcionários e estima um prejuízo de mais de R$ 70 milhões.

“Nós estamos com 100% de transporte parado. A medida imediata é a demissão de funcionários. É impossível você permanecer com um quadro de funcionários não sabendo quando isso será retomado”, explica José Gheller, que é o engenheiro responsável.

Com o transporte por água prejudicado, o escoamento da produção até Santos está sendo feito pelas rodovias, o que aumenta o custo. Pela hidrovia, a tonelada transportada custa, em média, R$ 45. Pelas rodovias, o valor sobe para R$ 170, quase quatro vezes mais caro.

Para transportar o mesmo volume levado pela barcaça, são necessários 200 caminhões.

“Alguém vai pagar o preço lá na ponta e vai ser o consumidor final, pois o distribuidor não vai absorver esses custos e vai repassar”, alerta o economista Reinaldo Cafeo.
Fonte: Setcesp.

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