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Especialistas defendem que o governo redefina modelo de concessão de aeroportos.

 

Enquanto o governo federal prevê, para o primeiro semestre do ano que vem, a realização de novos leilões de aeroportos, especialistas defendem que o modelo a ser adotado não reproduza o já implementado nas concessões realizadas até agora.

Para o economista co-Head de Investimentos em Infraestrutura da GP Investments, Helcio Tokeshi, deve-se pensar em leilões de blocos de aeroportos, e não mais por unidade, como ocorreu nos cinco já repassados à iniciativa privada: Viracopos e Guarulhos (SP), Brasília (DF), Confins (MG) e Galeão (RJ). Tokeshi explica que, por concentrarem mais de metade da movimentação de passageiros do transporte aéreo do Brasil, esses aeroportos oferecem condições de concorrência de mercado entre si e maior chance de atração dos investidores. “Mas esse não é o caso de todos os terminais, até porque existem relações de complementaridade entre os aeroportos”, diz.

De acordo com o economista, a definição dos blocos poderia ocorrer a partir de estratégias comerciais que considerem as operações complementares entre os terminais, como as rotas que podem ser implementadas entre cada um. É o que ocorreu no México, por exemplo, onde um aeroporto maior ancora o bloco, formado, também, por terminais menores. Ele argumenta que, embora alguns terminais que ainda estão sob a gestão da Infraero estejam com elevado grau de saturação, não têm grande atratividade de passageiros, o que poderia comprometer a viabilidade econômica de uma concessão.

Os aeroportos regionais também devem receber atenção nesse processo, no entendimento do presidente da Urban Systems, empresa especializada em soluções estratégicas para projetos aeroportuários, Thomaz Assumpção. Segundo ele, entre os 270 aeródromos listados para receber recursos do governo federal para reformas e ampliação, há pelo menos cem com significativo potencial econômico. São casos que podem oferecer condições atrativas para operação com voos diários pelas companhias aéreas e que também podem favorecer o desenvolvimento econômico das regiões em que estão localizados.  

Os próximos aeroportos a serem concedidos pelo governo federal devem ser os de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Salvador (BA). O tema esteve em debate durante a Airport Infra Expo 2015, realizada em Brasília nessa terça e quarta-feira (24 e 25) para debater a gestão de aeroportos.

Natália Pianegonda

Fonte: Agência CNT de Notícias.

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