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Empresas que ignorarem o desenvolvimento sustentável não vão sobreviver

 

Em entrevista ao Fato Online, Marina Grossi, presidente do conselho empresarial em defesa da sustentabilidade, fala sobre promoção do crescimento sustentável. Apostar em energias renováveis, mobilidade e reuso de água serão o futuro das empresas

 

O mundo está aderindo a uma economia de baixa emissão de carbono e as empresas que não caminharem nessa direção não vão sobreviver. A afirmação é da economista e presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, em entrevista do Fato Online. Grupo de empresários que formam o conselho estiveram na quinta-feira (22) com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para defender três propostas em favor do crescimento econômico sustentável. As propostas tratam de consumo inteligente de energia, incentivo à geração de energia renovável e à mobilidade, com o aumento do uso de ferrovias.

Segundo Marina, a proposta traz cálculos sobre os benefícios do uso de ferrovias eletrificadas. Para ela, é preciso voltar ao modal ferroviário para reduzir a emissão de carbono na área de transporte e investir em mobilidade urbana, por meio do transporte coletivo. “A gente diminuiu o desmatamento, mas aumentou muito o transporte e só ter etanol no carro não basta. É preciso fazer mais do que isso”, disse.

Em 2012, o governo anunciou a primeira etapa do PIL (Programa de Investimento em Logística) com previsão de 11 mil quilômetros de ferrovias, mas não conseguiu licitar nenhum trecho. Este ano o volume de ferrovia na segunda etapa do programa foi menor, uma previsão de mais de sete mil quilômetros. A proposta de uso de ferrovias eletrificadas, apresentada pelo conselho, tem o potencial de reduzir as emissões da área de transporte de carga em 93%, considerando as projeções até 2050, afirma documento entregue aos ministros.

Crise hídrica
A presidente do conselho lembra ainda que os custos das iniciativas sustentáveis são sempre economicamente viáveis por reduzirem os gastos no médio e no longo prazo e também por garantirem o abastecimento de matérias primas essenciais para a atividade econômica. Marina cita o exemplo da água. Segundo ela, hoje não há uma consciência sobre o uso da água o que precisa ser alterado. “Hoje a gente está diante de uma nova realidade que não é mais a cultura da abundância. A cultura da abundância terá que dar lugar à cultura da eficiência”, afirmou.

Ela lembra que todas as empresas que integram o conselho precisam ter política de reuso de água, o que vai garantir que essas empresas possam continuar usando água, que é essencial no processo produtivo. Mas, para ela, é preciso que essa cultura também tenha participação do consumidor. “Não faz sentido você usar a mesma água para beber e para dar descarga”. A economista defende ainda que é preciso alterar a política para dar aos consumidores incentivos para consumir menos. “Quem consome menos tem que ser recompensado por isso”.

Os baixos índices de chuvas deixaram vários estados brasileiros com sérios problemas de abastecimento de água, com destaque para São Paulo e para Minas Gerais. Em Minas várias cidades já decretaram racionamento de água.

O CEBDS foi fundado em 1997 e reúne 70 dos maiores grupos empresariais do país, com faturamento de cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto).

Fonte: Tv Fato Online

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