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Educação: transporte para o futuro

Nos anos 80 e 90 deu-se início em Campinas a formação de um grupo de empresários do setor de transporte e logística que preconizaram grandes evoluções e transformações desse setor. Esses
empresários acompanharam e souberam entender o grande potencial da região, com indústrias globais, exigências específicas e segmentadas de carga e armazenamento. A localização é estratégica para as indústrias, com proximidade do porto de Santos, Viracopos, entroncamentos de rodovias e no eixo de enorme potencial de
consumo.

Campinas, através destas inciativas, tornava-se modelo para o Brasil. Pessoas que dedicaram boa parte de suas vidas, ou quase toda, a políticas empresariais. Recordo de figuras emblemáticas, que marcaram seus nomes na história do transporte de Campinas e do país, como Adalberto Panzan, cujo pragmatismo, espírito associativo/empresarial e carisma contribuiu muito com a região. Abria sua transportadora, localizada em Americana, para ser visitada e utilizada por todos os empresários. Foi um exemplo em implantar programas de qualidade. Era comum ele dizer: “o que for bom vocês levam, o ruim deixem aqui”. Certa vez, em visita a transportadora, uma mangueira de água atravessava a via de acesso interna, fiquei em dúvida de passar com o carro, mas observando, havia duas ripas de madeira de cada lado, protegendo assim a depreciação do utensílio do jardineiro. Não tive dúvidas de perguntar ao jardineiro, bem uniformizado e gentil, porque das ripas. Ele me explicou que desta forma protegia a mangueira que teria uma vida útil maior. Iniciativas de Panzan, influenciando todos a participarem do processo, de fato.

E é de Valter Célio Boscatto esta frase marcante: “Educação, transporte para o futuro”, o título deste artigo. Um homem com história de quase uma vida no setor de transportes, que trabalhou muito para a vinda do Sest/ Senat para Campinas. E ali está referenciado, tendo o seu nome homenageado na unidade. Na sua liderança concluiu a sede do Sindicamp, ao lado de nomes importantes do setor, como Ademar Campos, Júnior Mosca, Ademir Pereira, Fernando Mantello, Durval Reguine, José Otávio Bigatto (seu antecessor na presidência) e Ariovaldo Vieira (primeiro presidente). Boscatto e sua diretoria teve inúmeras iniciativas, preconizou e constituiu o Terminal Intermodal de Cargas, condomínio de empresas de transportes, um dos primeiros do Brasil. E foi daqui que estes empreendimentos se multiplicaram pelo Brasil afora

No início dos anos 90. quando muito pouco se falava de programas sociais, tão pouco de ESG “Environmental, Social and Governance”, este grupo juntamente com outros amigos do setor de transportes, na qual eu também estava incluído, como Wagner Samara, José Dourival Galhardo, Carlos Alberto da Fonseca, Luiz Norberto Paschoal, Roberto Ducati Facchini, que é da Randon, assumiu a gestão do Lar da Criança Feliz. O lar hospedava, acolhia crianças vítimas de maus tratos e abandonos. Era um dos poucos lares que acolhia irmãos, desta forma evitando a separação da formação. As crianças foram acolhidas com muito amor e tratadas como se fossem filhos e com muito profissionalismo pelos integrantes de equipe de trabalho.

Era comum, Ademar Campos e dona Neuza, levarem a criançada para passar o dia recreativo em sua residência. A molecada fazia a festa na piscina, claro que muito bem monitoradas pela equipe do lar, todos voluntários ao extremo, com muita bondade. E a infraestrutura da região de Campinas está entre as melhores do Brasil, tornando-a um dos principais corredores de importação e
exportação de produtos. E quem representa essas mais de 5,3 mil empresas é o Sindicamp, entidade de classe tradicional, fundada nos anos 80, segundo maior sindicato da categoria do Estado de São Paulo. Seu atual presidente José Alberto Panzan.

E esse mesmo Sindicamp, que representa empresas de 31 cidades da região, está localizado no Terminal Intermodal de Cargas para empresas de Transportes (TICLOG), e foi construído na gestão de Boscatto. Atualmente, o TICLOG é comandando pelo presidente Marco Evangelista. No local estão instaladas mais de 80 empresas em uma área aproximada de 530.000 m², com mais de 2 mil funcionários, trabalhando diariamente. Atualmente, o local registra fluxo de quase 3 mil veículos e mais de 500 atendimentos diários. E não poderíamos deixar de falar da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de São Paulo, que representa os sindicatos da categoria no Estado. A entidade é presidida pelo empresário Carlos Panzan.

O setor de transportes e logística de Campinas e região movimenta bilhões e alimenta a cadeia produtiva do país. E as gestões atuais do setor contam com inúmeros
projetos, dentre eles, o COMJOVEM, disseminando a origem “Educação: transporte para o futuro”, mas aí é historia para outra prosa.

Fonte: Márcio Luiz Mendonça/ Correio Popular/

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