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Deic desarticula quadrilha que vendia combustível roubado em Piracicaba

 

Oito pessoas, integrantes de uma quadrilha acusada de atuar no roubo e no comércio de combustíveis adulterados em Piracicaba (SP) e em outras quatro cidades da região de Campinas (SP), foram presas por Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) nesta segunda-feira (13). O grupo vendia cerca de 600 mil litros de etanol, gasolina e óleo diesel por mês, segundo a polícia, que agora busca confirmar outros destinos de distribuição do produto.

Petroleiros

Entre os presos, havia dois empresários. Um deles era dono de uma transportadora em Paulínia (SP), para onde os combustíveis eram levados e passsavam por adulteração antes de serem vendidos. O outro era sócio do suspeito em postos. Considerados os chefes da quadrilha pela polícia, eles foram encontrados em condomínios de luxo onde moram se intitulavam petroleiros (veja o vídeo acima).

Investigação

A operação, chamada de Petroleiros, devido a termo usado pelos suspeitos no grupo, começou em outubro do ano passado por integrantes da 2ª Delegacia de Investigações sobre Roubo e Furto de Cargas. A investigação, agora, quer saber se há outros integrantes e destinos diferentes de entrega do combustível, além de novos tipos de fraude.

Qualidade

Os policiais descobriram que a quadrilha conta até com um aparato técnico para evitar problemas de qualidade dos produtos. Um químico orienta procedimentos e manipulações de reagentes para melhorar a qualidade da gasolina.

Segundo a polícia, o destino dos combustíveis, na maioria das vezes, abastecia a rede de postos da quadrilha instalados em Campinas, Indaiatuba (SP), Valinhos (SP), Hortolândia (SP), Mogi Guaçu (SP) e Piracicaba.

Mais barato

O valor dos combustíveis, vendido em alguns postos das cidades onde o produto era distribuído, é menor do que o praticado em outros estabelecimentos concorrentes próximos. Em Indaiatuba, uma unidade que pode ter recebido produto adulterado comercializa álcool a R$ 2,27. Já em outro posto bandeirado, o preço é de R$ 2,48. Em Piracicaba (SP), também foram encontrados valores abaixo do preço.
Buraco negro

A ação desvendou o mistério envolvendo um trecho da rodovia Professor Zeferino Vaz, no trecho entre Paulínia e Cosmópolis (SP), conhecido como buraco negro, onde os caminhões-tanques desapareciam dos equipamentos de monitoramento e, horas depois, eram abandonados a 50 quilômetros do local. Durante o “sumiço”, todo combustível era descarregado.

Os policiais realizaram um trabalho de levantamento dos horários dos ataques, locais de encontro dos caminhões e das câmeras de segurança das rodovias. A análise dos dados revelaram a estrutura organizada da quadrilha.

Apreensões

Além dos oito mandados de prisão, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e apreendidos celulares, dinheiro, armas, computadores e também aparelhos que inibem o sinal de rastreadores.

O local onde funcionava a transportadora Titan, em Paulínia, ficou cheio de viaturas de polícia.

Vários carros e 12 caminhões também foram apreendidos. Pelo menos um dos caminhões estၠcom o chassi e placa adulterados. Além de identificar a procedência, a polícia quer saber se os veículos estão com tanques adulterados.

Inibidores de sinal

O próprio ataque é realizado como uma precisão logística. O caminhão é cercado na rodovia e ‘desaparece’ devido ao uso de dispositivos inibidores de sinais de rastreamento. Depois, os bandidos descarregam os produtos em grandes tanques dentro de empresas especializadas nesse tipo de transporte. Mas com um detalhe: as firmas pertencem aos líderes da quadrilha.

Fonte: G1.

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