
Uma das áreas mais ricas e desenvolvidas do País, a Região Metropolitana de Campinas (RMC), tem em seu território nada menos que quatro das dez melhores rodovias brasileiras, segundo a 18° edição da Pesquisa CNT Rodovias, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
A Bandeirantes (SP-348) no trecho entre São Paulo e Limeira foi eleita a melhor do Brasil. Depois vêm a ligação entre São Paulo e Uberaba (em Minas Gerais), que compreende a Rodovia Anhanguera (SP-330); a Campinas – Jacareí, passando pela Rodovia D. Pedro I (SP-065); e a Adhemar de Barros (SP-340). Todas foram avaliadas como ótimas.
O estudo pesquisou 98.475 quilômetros de rodovias de norte a sul do País, que correspondem a toda a malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais, e classificou as 109 melhores.
Para chegar ao resultado, foram analisados quatro quesitos: estado geral, pavimento, sinalização e geometria da via, com conceitos que vão de ruim a ótimo.
E a análise é rigorosa: “O pavimento deve suportar os efeitos das mudanças de clima, permitir deslocamento suave, não causar desgaste excessivo dos pneus, não ter nível alto de ruído, ter estrutura forte e resistir ao fluxo de veículos, permitir o escoamento de água e ter boa resistência a derrapagens”, diz o relatório do estudo para esta avaliação específica.
A condição das rodovias que cortam a região ganha ainda mais destaque quando comparadas com o desempenho de outras estradas brasileiras, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
O resultado global não é dos mais animadores: metade (49,9%) do pavimento das rodovias nacionais apresenta algum tipo de deficiência e foram classificadas como “regular”, “ruim” ou “péssima”, por apresentar buracos, trincas, afundamentos e ondulações, entre outros problemas.
Além de ter quatro entre as dez mas bem ranqueadas pela pesquisa, a RMC possui vias secundárias igualmente bem avaliadas.
A Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), por exemplo, que passa por Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho e Paulínia, recebeu conceito “ótimo” em todos os quesitos (geral, pavimentação, sinalização e geometria da via).
Importante ligação com o Aeroporto Internacional de Viracopos, a Rodovia Santos Dumont (SP-075) também recebeu conceito “ótimo” nas categorias geral, pavimento e sinalização, e “bom” no quesito geometria.
Via de interligação com a Anhanguera, a Rodovia Luis de Queiroz (SP-304), entre Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Piracicaba, recebeu conceito “ótimo” em sinalização e “bom” nos outros demais quesitos.
“O Estado de São Paulo de forma geral concentra rodovias que possuem qualidade e segurança. Os usuários reclamam que há pedágios demais e que os valores cobrados são altos, mas é preciso lembrar que a maioria das estradas são gerenciadas por concessionárias e recebem muitos investimentos”, diz Diógenes Costa, doutor em engenharia de transportes pela USP e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Infraestrutura
O estudo da CNT também avaliou a infraestrutura de apoio das rodovias, como borracharias, acesso às concessionárias e oficinas mecânicas, postos de combustíveis, restaurantes e lanchonetes – fatores tornam as viagens mais seguras e confortáveis.
As rodovias da região estão novamente entre as melhores, oferecendo a maior quantidade de serviços.
Nos 147 quilômetros da Rodovia D. Pedro I avaliados pela pesquisa, por exemplo, existem seis borracharias, duas oficinas, seis postos e seis lanchonetes.
A pesquisa também mostrou que 74,1% das rodovias concedidas às concessionárias tiveram classificação “ótima” ou “boa”. Já nos trechos sob gestão pública, esse percentual cai para apenas 29,3%.
O presidente da CNT, Clésio Andrade, destaca que o governo tem dificuldade de executar projetos, e por isso a participação de empresas privadas é fundamental.
“O governo precisa da parceria da iniciativa privada para oferecer infraestrutura de transporte, e as concessões são um importante caminho para melhorar as condições das rodovias. A situação das que ainda estão sob gestão pública está muito pior em relação às que são gerenciadas por concessionárias”, afirmou.
AS DEZ MELHORES LIGAÇÕES RODOVIÁRIAS DE 2014
1 – São Paulo – Limeira
Washington Luís, Bandeirantes e BR-364
2 – São Paulo – Uberaba
Anhanguera e BR-050
3- Campinas – Jacareí
D. Pedro I e Adhemar de Barros
4 – São Paulo – Itaí – Espírito Santo do Turvo
João Mellão, Castello Branco e BR-374
5 – São Paulo – Taubaté
Governador Carvalho Pinto
6 – Bauru – Itirapina
Engenheiro Paulo Nilo Romano e BR-369
7 – Engenheiro Miller – Jupiá
Professor João
Hipólito Martins, Marechal Rondon, BR-154 e BR-262
8 – Limeira – São José
do Rio Preto
Washington Luís,
Anhanguera, BR-364,
BR-456 e BR-050
9 – Ribeirão Preto – Borborema
Anhanguera, Abrão Assed e BR-050
10 – Rio Claro – Itapetininga
Prefeito Antonio Schincariol e BR-373
PRINCIPAIS OBRAS NAS RODOVIAS SECUNDÁRIAS DA RMC
– Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101)
Segunda etapa da obra de duplicação da rodovia entre os quilômetros 14+640 e 25+700, com entrega prevista o início de 2015. Estão em fase final de construção três dispositivos de acesso e retorno e a construção de duas pontes sobre o rio Capivari.
– Rodovia João Beira (SP-95) O DER executa obras de duplicação do km 43,7 ao km 74,4, com investimento de R$ 126,9 milhões. As obras foram iniciadas em agosto de 2012 e serão concluídas até junho de 2015.
– Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360) Duplicação e modernização da rodovia em Itatiba, entre o km 74+410 e o km 81+700, com investimentos de R$ 90,9 milhões. Iniciada em 2012, foi concluída em julho. Foram construídos um viaduto e marginais e reformulados dois dispositivos de retorno.
– Rodovia Miguel Melhado Campos (SP-324)
Serão duplicados 12 quilômetros da rodovia pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), com orçamento de R$ 169 milhões. A previsão é que as obras tenham início no ano que vem.
– Rodovia Lix da Cunha (SP-073)
Com custo de R$ 56 milhões, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) vai duplicar um trecho de nove quilômetros da Rodovia Lix da Cunha (SP-073), na extensão conhecida como estrada velha de Indaiatuba. O cronograma de obras será definido em 2015.
– Anel Viário Magalhães Teixeira (SP-083)
O prolongamento do Anel Viário Magalhães Teixeira terá 5,8 quilômetros de vias que irão ampliar o acesso ao Corredor Dom Pedro e ao sistema Anhanguera/Bandeirantes. Obra deve ficar pronta em junho de 2015.
INFRAESTRUTURA
Além de contar em seu território com as rodovias mais bem avaliadas do País, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) avança na qualidade da infraestrutura de transporte oferecidas naquelas que ligam os municípios da região.
Pelo menos três vias da RMC receberam obras de ampliação e duplicação nos últimos anos, facilitando o acesso e atraindo empresas, renda e empregos: a João Beira (SP-095), que liga Amparo, Jaguariúna e Pedreira; a Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), no trecho de Jundiaí a Itatiba; e a Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), que vai de Campinas a Monte Mor, passando por Hortolândia.
A Rodovia Lix da Cunha (SP-073), na extensão conhecida como Estrada Velha de Indaiatuba, a Miguel Melhado Campos (SP-324) e o Anel Viário José Roberto Magalhães Teixeira (SP-083) já têm planos para a realização de obras de ampliação visando facilitar o acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos.
O investimento em melhorias nas rodovias não só possibilita a vinda de investimentos privados para a região como também auxilia a desafogar o trânsito nas principais vias, como Anhanguera, Bandeirantes e D. Pedro I (foto).
Juntas, as cinco empresas que detém as concessões das rodovias da região (AutoBAn, Colinas, Tietê, Rota das Bandeiras e Renovias) já investiram mais de R$ 10,4 bilhões desde que começaram a gerenciá-las, no final da década de 90, de acordo com os números da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) atualizados até 2013.
Entre as obras de duplicação em andamento está a rodovia Jornalista Aguirre Proença (SP-101), conhecida como Campinas-Monte Mor. Com investimento de R$ 39 milhões, a via passa pela segunda etapa da obra de duplicação, com 11 quilômetros de extensão.
A estimativa da concessionária Rodovias do Tietê, responsável pelo trecho, é concluir os trabalhos no início do ano que vem.
A rodovia recebe cerca de 74 mil veículos diariamente, e a duplicação vai oferecer mais segurança ao motorista, além de atrair a vinda de empresas interessadas em se instalar às suas margens.
Também em andamento estão a duplicação e recapeamento da Rodovia João Beira (SP-095), principal via de acesso ao Circuito das Águas Paulista.
No trecho entre Amparo, Pedreira e Jaguariúna, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) executa obras de duplicação do km 43,7 ao km 74,4, com investimento de R$ 126,9 milhões. As obras foram iniciadas em agosto de 2012 e serão concluídas até junho do ano que vem.
A duplicação da Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra, entre Jundiaí e Itatiba, foi concluída em julho e recebeu investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões da concessionária Rota das Bandeiras.
Além de desafogar o trânsito entre as duas cidades, a duplicação facilita a logística das empresas já instaladas e das que estão chegando ao distrito industrial Alfredo Rela. O outro sentido da SP-360 também recebeu melhorias e recuperação asfáltica, facilitando o acesso para as cidades turísticas.
Fonte: RAC.