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Crise no setor automotivo afeta vendas do comércio.

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A crise instalada na indústria automotiva, neste ano, gerou reflexos mais negativos no comércio da região do que no restante do Estado, aponta pesquisa divulgada ontem pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

Pelo levantamento, enquanto o varejo do Grande ABC registra retração de 5,9% no faturamento na comparação com mesmo período do ano passado, na média estadual houve estabilidade dos resultados.

Os números dos sete municípios mostram tendência de intensificação do declínio. No primeiro bimestre, as vendas do comércio ainda apresentavam alta (de 1,3%) frente a igual período de 2013, mas depois, passaram a apresentar queda. De janeiro a março, ficaram negativas em 2,1%; no quadrimestre, tiveram recuo de 3% e, no ano até maio, diminuição de 4,4%.

Ainda de acordo com a pesquisa, os estabelecimentos comerciais da região faturaram em junho R$ 2,2 bilhões, 13% menos do que no mesmo mês do ano passado. Entre os segmentos que puxaram para baixo o desempenho estão lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-49%), de vestuário (-41%) e concessionárias de veículos (-22,2%).

Segundo o assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze, no caso dos eletroeletrônicos, o efeito da Copa do Mundo, que poderia ter sido estímulo à venda de TVs, foi mínimo. “Pelo contrário, muitos setores criticaram o excesso de feriados”, diz.

Ele salienta que a elevação da inflação, que retirou poder de compra da população, ajudou a fazer com que houvesse migração para itens de primeira necessidade. “As pessoas estão evitando o consumo que não seja o básico. Ninguém deixa de comprar remédio por causa da queda da renda”, avalia.

Isso explica por que farmácias e supermercados foram os únicos setores pesquisados que não tiveram retração em junho.

Ainda de acordo com análise da federação, como o Grande ABC é fortemente ligado ao setor automotivo, que tem tido intensa queda na produção – de janeiro a agosto, a fabricação de veículos caiu 18% em relação ao mesmo período de 2013 –, isso gera atitude mais defensiva dos consumidores. “Com o risco de perda do emprego, as pessoas não contraem dívidas”, diz o economista. Além disso, os bancos, neste ano, restringiram mais o acesso ao crédito e os juros, ao longo do primeiro semestre, vieram em ascensão.

Dietze considera que a perspectiva para o segundo semestre é de que a situação do comércio da região piore. “A taxa (negativa) está aumentando e a tendência é essa para o fim do ano”, prevê.

Fonte: Diário do Grande ABC.

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