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Conheça as propostas dos candidatos à Presidência para o setor de transportes.

Eleições 2010 trazem nove opções de candidatos para a Presidência da República. Saiba o que cada um deles planeja para o transporte brasileiro.
O crescimento econômico do País está diretamente ligado ao setor de transportes. Toda a produção e demanda da cadeia industrial, dentro e fora do Brasil, precisa ser deslocada, e problemas com infraestrutura, burocracia excessiva e altos valores de tributos são os maiores entraves para o desenvolvimento da atividade.
Faltam linhas ferroviárias e aéreas, o gasto com deslocamento é excessivo, há perda de mercadorias ocasionadas por avarias no transporte, além da sobrecarga do modal rodoviário, gargalos logísticos e más condições das estradas brasileiras.
Os problemas do setor impedem o País de aproveitar 100% do potencial exportador, e, consequentemente, limitam a expansão da economia brasileira.
Na segunda edição da pesquisa Connectingto compete: Trade logistics in the global economy, realizada este ano pelo Banco Mundial, o Brasil aparece em 41º lugar no índice de desempenho em logística comercial, atrás de diversos países emergentes como África do Sul, China e Singapura. O estudo avalia seis fatores que influenciam diretamente na qualidade logística: eficiência alfandegária, qualidade da infraestrutura de transporte, facilidade e custo de embarques, competência e qualidade da indústria logística local, capacidade de rastrear carregamentos e pontualidade.
Além disso, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016 exigirão dos futuros governantes que priorizem a questão da infraestrutura de transportes no Brasil.
Diante deste cenário, o eleitor brasileiro escolherá seus novos governantes no próximo dia 3 de outubro e o Portal Transporta Brasil buscou, entre as propostas de cada candidato à Presidência, os projetos para o transporte. Os textos que se seguem são resumos de trechos dos originais fornecidos pelo plano de governo de cada partido, disponíveis no site do TSE. Propostas de Dilma: desenvolvimento da infraestrutura logística como meio de expansão e fortalecimento do mercado de bens de consumo popular; Conclusão das obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), com ênfase na continuidade da reconstrução e ampliação da ferroviária, rodoviária, aeroportuária e da navegação costeira, melhorando as condições de vida da população e agilizando a circulação da produção; Ampliação de portos e aeroportos para atender às exportações e, sobretudo, aos desafios da realização da Copa do Mundo de Futebol e dos jogos Olímpicos e do crescimento exponencial do turismo nacional e internacional.
Ivan Pinheiro, do PCB, fala em sua campanha sobre a estatização de ferrovias e a recuperação das redes ferroviária e aquaviária, além da reestatização dos portos e obras de infraestrutura para portos, estradas, silos e transmissão de energia
Elaboração de um planejamento integrado dos transportes, com a estatização das ferrovias, a recuperação do sistema atual e a construção de uma rede ferroviária e aquaviária para o transporte de produtos industrializados e mercadorias em geral; reestatização dos portos. São consideradas prioritárias as áreas de infraestrutura – portos, estradas, silos, geração e transmissão de energia, da indústria de base, de máquinas e equipamentos, e todas aquelas consideradas estratégicas e essenciais para a garantia de condições dignas de vida à classe trabalhadora.
Levy Fidélix, do PRTB, ganhou fama por repetir sempre seu projeto do Aerotrem. Em suas propostas, o candidato faz menção à modernização da cabotagem nacional, readequação dos portos e ênfase total no modal ferroviário
Propostas de Levy: modernização da frota de cabotagem marítima nacional, visando barateamento do transporte entre portos nacionais; a readequação e atualização tecnológica dos principais portos brasileiros, visando duplicar em quatro anos nossas exportações; prosseguimento acelerado de obras já licitadas dos aeroportos, visando não só a Copa como as Olimpíadas, pois o futuro do País está na capacidade de crescimento desse importante setor em matéria de transporte de carga e passageiros; o modal ferroviário terá prioridade absoluta no Governo do PRTB, que pretende implantar ferrovias de norte a sul do País, inclusive o Aerotrem e o Monotrem dentro das cidades interligando as principais metrópoles brasileiras, entendendo que o Metrô por ter elevado valor da implantação possui limites orçamentários insuperáveis. Sendo assim, a mobilidade urbana deverá ser realizada, via de regra, com os Aerotrens e Monotrens muito mais baratos e rápidos na construção. Quanto às rodovias, dar-se-á curso a Rede Nacional expandindo-se e concedendo-se à iniciativa privada novas oportunidades de explorá-las com pedágios mais acessíveis a população.
Zé Maria, do PSTU, traz como plataforma de sua campanha um plano de obras públicas para a construção de estradas, ferrovias, portos e sistemas de transporte público por meio de um grande mutirão nacional de reconstrução do Brasil
Propostas de Zé Maria: plano de obras públicas que tenha como objetivo a construção massiva de casas populares, hospitais, creches, escolas e universidades, estradas, ferrovias, meios de transportes públicos e portos. Este plano incorporaria milhões de desempregados num grande mutirão nacional de reconstrução do país. Estatização dos bancos utilizando seus enormes recursos para garantir o investimento nas áreas sociais e na infraestrutura do país.
José Maria Eymael, do PSDC, defende a priorização de obras para a infraestrutura viária como estradas, ferrovias e portos
Priorização da ação do Governo Federal no adensamento da infraestrutura nacional, incluindo entre as prioridades, estradas, ferrovias e o sistema portuário; Vincular parte dos recursos tributários provenientes do petróleo para o investimento em infra-estrutura definida por Plano Nacional Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Social.
O candidato do PSDB, José Serra, cita em sua campanha as dificuldades em infraestrutura enfrentadas pelo Brasil. Leia trecho do discurso do candidato, único material com referência aos transportes no site do TSE.
Trecho do discurso do tucano no Encontro Nacional dos Partidos PSDB, DEM e PPS, na ocasião de sua escolha como candidato à Presidência pelo partido, em que apresenta as propostas do plano de governo: “Lembro que os investimentos governamentais no Brasil, como proporção do PIB, ainda são dos mais baixos do mundo em desenvolvimento. Isso compromete ou encarece a produção, as exportações e o comércio. Há uma quase unanimidade a respeito das carências da infra-estrutura brasileira: no geral, as estradas não estão boas, faltam armazéns, os aeroportos vivem à beira do caos, os portos, por onde passam nossas exportações e importações, há muito deixaram de atender as necessidades. Tem gente que vê essas carências apenas como um desconforto, um incômodo. Mas essa é uma visão errada. O PIB brasileiro poderia crescer bem mais se a infra-estrutura fosse adequada, se funcionasse de acordo com o tamanho do nosso país, da população e da economia. Um exemplo simples: hoje, custa mais caro transportar uma tonelada de soja do Mato Grosso ao porto de Paranaguá do que levar a mesma soja do porto brasileiro até a China. Um absurdo. A conseqüência é menos dinheiro no bolso do produtor, menos investimento e menos riqueza no interior do Brasil. E, sobretudo, menos empregos. […] Temos de romper pontos de estrangulamento e atuar de forma mais agressiva na conquista de mercados. […] Estradas, portos, aeroportos, trens urbanos, metrôs, as mais variadas carências na infra-estrutura serão enfrentadas sem os empecilhos das ideologias que nos impedem de dotar o Brasil das do capital social básico necessário. É a falta de infra-estrutura que cria gargalos para o crescimento futuro e ameaça acelerar a inflação no presente”.
Marina Silva, candidata do Partido Verde a presidente, defende maior ênfase aos modais ferroviário e hidroviário e vislumbra um transporte com base em uma economia de baixo carbono
Propostas de Marina: transição para uma economia de baixo carbono, com foco em uma infraestrutura eficiente e sustentável no uso dos recursos naturais. No sistema de transporte, a ênfase deve ser dada às ferrovias, às hidrovias e aos sistemas híbridos combinando biocombustíveis e eletricidade.
Plínio, candidato do PSOL, defende a reestatização da Vale e repudia a privatização de empresas como os Correios. Ele defende ainda o controle estatal e social sobre o pré-sal
Propostas de Plínio: defesa da reestatização da Vale; Contra as privatizações, em especial a dos Correios (não à transformação da EBCT em Correios do Brasil S/A); Defesa da Petrobrás 100% estatal, com monopólio estatal da produção e exploração de petróleo, controle estatal e social sobre o pré-sal; Transição para fontes de energia renováveis.
A reportagem do Portal Transporta Brasil não encontrou qualquer proposta no plano de governo do PCO, apenas a mensagem abaixo:
“O Partido da Causa Operária não faz promessas eleitorais, comumente elaboradas neste período para fazer demagogia frente ao eleitorado”.
Fonte: Portal Transporta Brasil.

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