As condições climáticas favoráveis aliadas à bienalidade alta devem render uma safra de 49,7 milhões de sacas de café beneficiado neste ano. Se confirmado, o volume supera em 15% o de 2015.

A bienalidade, favorável neste ano, é uma característica da produção de café que alterna uma boa safra com uma de menor potencial. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão que ainda apura os estoques privados do produto.

Liberado no final de março no ano passado, o estoque deste ano ainda demora para ser conhecido. Além de mudanças no órgão, com a chegada do governo interino de Michel Temer, as pesquisas estão em fase de coleta de dados.

Na avaliação do setor, esses números são importantes. Apesar da safra grande, os estoques – considerados pequenos por muitos – poderiam inibir a queda dos preços, mesmo com a maior oferta de café.

Os números da Conab indicam que a regularidade do clima em algumas localidades, como a do cerrado mineiro, permitiu uma evolução de até 60% na produção. Já em outras regiões, como no Espírito Santo, há uma quebra de produtividade devido à seca, altas temperaturas e má distribuição das chuvas.O Estado líder, Minas Gerais, deve produzir 28,5 milhões de sacas, 28% mais do que no ano passado.

Esse aumento de produção ocorre não só devido ao clima favorável mas também ao aumento de 4% na área de produção e à elevação de 23% na produtividade. Já a situação no Espírito Santo não foi tão favorável. A produção recua para 9,5 milhões de sacas, 12% menos do que no ano passado, segundo a Conab.

A área total de café, considerando os tipos arábica e conilon, diminuiu 2% no país nesta safra, caindo para 2,2 milhões de hectares. Esse recuo se deve à queda no espaço dedicado ao café em formação, que recuou para 267 mil hectares, 18% menos do que na safra anterior.

Já a área em produção subiu 1%, para 1,94 milhão, segundo a Conab. A principal queda de área de café em formação ocorre no do tipo arábica, cujo recuo foi de 20%.

Uma das características da safra é que a maturação uniforme em várias regiões produtoras vão dar uma qualidade melhor ao café, na avaliação dos técnicos da Conab.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Fonte: Frota & Cia.