O vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), José Mário Schreiner, afirmou na última quinta-feira, 28 de julho, que a entidade pediu ao presidente da República em exercício, Michel Temer, durante encontro no Palácio do Planalto, que o país invista mais na infraestrutura para baratear os custos que os produtores rurais têm com o escoamento da produção.
“Dentro da porteira, o produtor rural do Brasil tem batido vários recordes, tem sido eficiente, mas, ao sair da porteira, tem dificuldades com o custo do escoamento da produção, porque faltam investimentos maiores em rodovias, ferrovias e portos. Enfim, são detalhes que atrasam o desenvolvimento maior da agricultura”, disse Schreiner a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto.Schreiner afirmou que, atualmente, o produtor brasileiro gasta, em média US$ 80 para escoar a produção, enquanto um produtor dos Estados Unidos gasta US$ 16. Segundo o dirigente da CNA, este fato resulta na perda de competitividade dos produtos brasileiros.
Segundo o vice-presidente da confederação, a CNA sabe que a infraestrutura do país não se resolverá “do dia para a noite”. “É claro que investimentos têm sido feitos, mas são tímidos perante à necessidade que o país tem”, acrescentou.
Schreiner disse ainda que, no encontro com Temer, a CNA entregou ao presidente em exercício um documento com dez pontos considerados fundamentais pela entidade para o setor agropecuário crescer nos próximos meses e anos.
Entre esses pontos, além de defender mais investimentos em infraestrutura, a CNA pediu maior segurança jurídica para os produtores rurais e a elaboração de novas políticas de assistência técnica.
A entidade ressaltou ainda, afirmou José Mário Schreiner, a necessidade de criação de uma “política agrícola plurianual”, que possa valer por três ou quatro anos – atualmente, o governo lança, uma vez por ano, o Plano Agrícola, com a previsão de recursos para o setor investir na produção. Para a safra 2016/2017, por exemplo, o Executivo anunciou R$ 202,8 bilhões.
“[Outro ponto] extremamente importante é [a necessidade de] o desembaraçamento das questões ambientais que, no Brasil, ainda consomem muito tempo, muita burocracia”, acrescentou o vice-presidente da CNA.
Fonte: G1.