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Campinas reduz mortes de pedestres em áreas urbanas

Por outro lado, número de vítimas em rodovias cresceu; ao todo, foram 21 óbitos registrados nos primeiros semestres de 2022 e 2023

 

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) divulgou na terça-feira (8), data em que se celebra o Dia do Pedestre, que houve uma redução de 19% nos óbitos de pedestres em vias urbanas de Campinas nos primeiros seis meses do ano. Enquanto 16 pedestres foram vítimas fatais entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2022, 13 pessoas perderam a vida em ruas e avenidas da cidade no mesmo período de 2023.

Considerando também as mortes de pedestres em rodovias, o número foi exatamente o mesmo do ano passado. No primeiro semestre tanto de 2022 quanto de 2023, foram 21 óbitos registrados na cidade. Cinco pessoas morreram em rodovias até o dia 30 de junho do ano passado e oito até a mesma data deste ano, o que mostra um leve crescimento nos acidentes com vítimas fatais envolvendo pedestres em rodovias – ao mesmo tempo em que houve queda nas ocorrências em vias urbanas.

AÇÃO

Na terça-feira (8), a Emdec realizou uma ação de conscientização no cruzamento entre as avenidas Engenheiro Antônio Francisco de Paula Souza e Jorge Tibiriçá, pela quantidade de acidentes já registrados no local.

Neste ponto, foram aplicadas 844 multas por estacionamento sobre a faixa de pedestres, também considerando apenas o primeiro semestre deste ano. É o ponto que lidera nas multas nesse segmento.

Apesar da redução de três mortes no acumulado para o semestre, a média ainda indica que um pedestre morre a cada 13 dias pelas ruas da cidade. De acordo com a Emdec, para o ano passado inteiro, a média foi de uma morte a cada 7 dias nas vias urbanas.

PERFIL

Dados do painel Infosiga, que contabiliza os acidentes de trânsito mês a mês em todo o Estado de São Paulo, indicam que a maioria das vitimas é idosa e morre por atropelamento.

Segundo o Painel, foram 21 mortes durante todo o ano de 2022. Dessas, nove foram de pedestres com idades entre 18 e 65 anos, sendo as outras 12 de idosos. Ainda, 76% das vítimas eram do sexo masculino, contra 19,05% feminino – sendo que não há registro sobre o restante.

Já em 2023, as mortes do primeiro semestre apresentam um equilíbrio maior de idades. Seis das vítimas tinham idades entre 0 e 65 anos. As outras sete eram de idosos. Também no período pessoas do sexo masculino representaram 75% das vítimas contra 25% do feminino.

De acordo com a Emdec, a redução para o semestre é consequência das ações de conscientização, que foram realizadas após um sinal de alerta despertado pelo dado de 2022, que aponta uma morte por semana.

“Fizemos um alerta à população a respeito dos dados de 2022. Agora, nós estamos vendo esse resultado do primeiro semestre como positivo, mas o nosso objetivo é zerar o número de vidas perdidas. Seguiremos com ações educativas voltadas aos condutores, para o respeito ao pedestre, com o objetivo de reforçar os cuidados nas travessias”, avaliou a gerente da Divisão de Educação para a Mobilidade Urbana (PRE), Roberta Mantovani.

Na terça-feira (8), a reportagem flagrou dezenas de pedestres cruzando as vias do Centro fora da faixa de pedestres ou com o sinal vermelho.

No cruzamento da Avenida Francisco Glicério com a Rua Conceição, em diversos momentos os pedestres, que atravessam no vermelho, ficavam a centímetros dos carros.

A arquiteta Jaqueline Gonçalves, de 25 anos, foi uma das poucas que esperou durante um dos períodos de fechamento do semáforo, mas confessou que quando o trânsito está mais tranquilo costuma atravessar no vermelho.

“Eu espero o sinal abrir, mas se não estiver passando carro, atravesso, sim. Para ser sincera, acho que em Campinas o pessoal ainda respeita bastante, já vi pior”, disse.

“Eu não atravesso de jeito nenhum, acho que esperar é o mais prudente a se fazer. Já presenciei um colega acidentado por atropelamento ao avançar o sinal vermelho. Por questão de segundos, hoje tem que usar uma prótese na perna”, comentou Davi Monteiro, de 36 anos, que apesar de apressado resistiu à “corridinha” para atravessar no vermelho.

AÇÕES

O presidente da Emdec, Vinicius Riverete, ressaltou que é impossível fazer com que 100% das pessoas obedeçam às regras, mas que as ações de conscientização frequentes e incisivas estão surtindo efeito.

“Assim como a segurança pública”, disse, “não tem como manter um policial em cada esquina, nós também não temos como manter agentes em todos os espaços. O que podemos, e estamos fazendo, é aumentar a consciência coletiva de que a ansiedade de cruzar uma rua com dez segundos de antecedência pode tirar uma vida”.

Na ação de terça-feira, agentes da Emdec colocaram sobre a travessia de pedestres do cruzamento um tapete vermelho, e os pedestres, por sua vez, realizaram a travessia com coroas. O objetivo da ação, segundo a Emdec, é conscientizar os motoristas acerca da importância de respeitar o pedestre e a sinalização.

No último sábado, um casal de idosos morreu após ser atropelado por um veículo na Avenida Brunoro de Gasperi, no Parque Prado. O homem, que tinha 79 anos, morreu na hora, enquanto a senhora, de 77, foi a óbito horas depois no hospital.

Fonte: Correio Popular

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