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Caminhões usados virarão crédito para renovar frota.

O estado do Rio tem hoje uma frota de 137 mil caminhões, dos quais 51% somam mais de 20 anos de estrada. Veículos que, além de constantes paradas para manutenção, são mais poluentes, menos eficientes e que, com isso, dificultam o desempenho no transporte de carga. O lançamento hoje do Programa de Incentivo à Modernização, Renovação e Sustentabilidade da Frota de Caminhões pelo governo do estado do Rio, na cidade de Resende, região sul do estado, visa a substituição de até 40 mil veículos em cinco anos. Metade deles seriam caminhões zero quilômetro.
A meta é que a idade média da frota rodante seja de até 16 anos , até 2018. O programa foi elaborado pela secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico e faz parte do projeto “Rio, Capital da Energia”, que tem como uma das metas a redução na emissão de gases . A Age Rio, agência de fomento ligada ao estado, é um agente que poderá financiar os veículos. As primeiras duzentas unidades serão adquiridas pela empresa de logística e transportes JSL e pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio.
“A intenção de criar o programa já vinha sendo amadurecida há dois anos. Mas começou mesmo a ser desenhada há um ano, junto com empresas, entidades da área e autoridades. O projeto de lei foi encaminhado no primeiro semestre para a Alerj e depois iniciamos o processo de certificação das empresas recicladoras”, explica o secretário de Desenvolvimento, Julio Bueno.
Para participar do programa, o proprietário do caminhão, ou mesmo um frotista, entrega o veículo antigo – desde que tenha mais de 20 anos de uso – para uma empresa recicladora, certificada pelo Instituto de Pesos e Medidas (IPEM). As siderúrgicas Votorantim e Gerdau foram as duas primeiras a serem habilitadas.
Segundo Bueno, essas companhias usarão a sucata dos velhos caminhões em seu processo de produção de aço. Uma das principais condições para adesão ao programa é que o caminhão esteja devidamente regularizado e de acordo comas normas vigentes do Detran. O caminhão antigo será comprado pelo valor da tonelada da sucata gerada. O proprietário do caminhão receberá um certificado no valor do caminhão que o habilita a participar do programa.
Além de abater o valor do caminhão, o proprietário terá isenção do ICMS, hoje de 12%, na compra de caminhões novos produzidos no estado. Além disso, o governo vai conceder um um crédito dividido em 48 parcelas, equivalente aos 12% do valor do caminhão novo, para ser abatido do ICMS a ser pago pelo contribuinte sobre as atividades do caminhão. “Para o caminheiro, além de criar um mercado para a aquisição do seu veículo antigo e já desvalorizado no mercado, possibilita a troca por um modelo mais novo, que é mais eficiente, e ainda reduz seus custos com a manutenção. Estima-se uma redução de até 30% nos custos de manutenção do veículo com a troca por um seminovo.
No caso das empresas de transportes, transportadoras ou frotistas, os incentivos não só reduzem o custo da aquisição de caminhões novos, como o gasto com a manutenção da frota. E com a redução do ICMS há ganhos duas vezes “, diz secretário. Ainda segundo Bueno, com a redução do ICMS, o governo abre mão de um total de R$ 360 milhões em um prazo de cinco anos. Isso, diz ele, é compensado pelo movimento na economia.
“A cadeia da indústria automotiva é a que mais gera empregos. Acreditamos que as vendas de novos veículos acelerem esse ciclo com geração de emprego e renda. Além disso, os novos caminhões terão novas cargas e isso deve gerar mais ICMS, venda de combustível e consumo de energia”, completa.
Fonte: Brasil Econômico.

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