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Cadastro facilita contratação de deficientes.

 

A Prefeitura de Campinas (SP), que já possui um cadastro com 174 currículos de pessoas com deficiência que procuram trabalho, planeja formar uma central de dados das empresas com vagas disponíveis para este público. A Administração, no caso, será a ponte entre contratantes e contratados. Ao mesmo tempo, a Prefeitura vai incentivar a capacitação profissional de deficientes, com o envolvimento de instituições que, aos poucos, deixam de lado o mero assistencialismo e se tornam formadoras de mão de obra.

Os projetos ambiciosos são detalhados por Emmanuelle Alkmin, secretaria municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que, nesta segunda-feira (15), lançou uma semana de eventos especiais que, até domingo, vão debater os papéis do governo e da iniciativa privada nos programas de inclusão.  De acordo com a secretária, o Brasil já conta, desde 1991, com uma legislação que exige, das grandes empresas, que uma parcela das vagas disponíveis de emprego sejam reservadas para pessoas com deficiência.

Capacitação técnica

Existem, efetivamente, milhares de deficientes com registro em carteira, por conta da Lei de Cotas. O que não significa, no entanto, que os deficientes estejam ocupando funções importantes na linha de produção. “Para cumprir cotas, o empresário contrata um deficiente e o encosta. As empresas reclamam, basicamente, que não conseguem encontrar gente capacitada o mercado de trabalho”, afirma.

Diante do quadro, a proposta da secretaria é apresentar à empresa um cidadão que, apesar de deficiente, tem capacitação técnica para ocupar uma vaga disponibilizada. “É irônico ler os anúncios nos jornais. O empregador, por exemplo, fala que precisa de um engenheiro, de um contabilista e de um deficiente. Quem oferece emprego nem quer procura saber o deficiente tem alguma formação útil à sua linha de produção”, fala.

O plano da Administração é reunir empresários em um fórum contínuo de debates, a partir de outubro ou novembro. Cada empregador participante poderá informar quais suas demandas e necessidades, e a própria Prefeitura vai se encarregar de apresentar o candidato capacitado à vaga.

Terceiro Setor

A política municipal de inclusão também prevê o engajamento, ao debate, de organizações não-governamentais que, atualmente, se ocupam da assistência social das pessoas com deficiência. “As associações e entidades têm, cada vez mais, de capacitar os deficientes para que eles possam, dignamente, trabalhar e ganhar a vida”, diz a secretária. A ideia básica da secretaria é reunir representantes do Terceiro Setor dispostos a trabalhar pela geração de emprego e renda no segmento.

E, para colocar o plano em prática, a Prefeitura vai promover, até o final do ano, um recenseamento detalhado dos deficientes campineiros. Além de promover entrevistas, a secretaria vai receber, em um link do site da Prefeitura, relatórios detalhados das entidades assistenciais, que poderão especificar os tipos de deficiência, e a situação social dos cidadãos atendidos. Será possível saber quantos são os deficientes, e como cada um deles, apesar de suas limitações físicas ou mentais, pode ser enquadrado em cursos de capacitação para o trabalho.

Fonte: RAC.

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