Segundo as fabricantes, o avanço na produção de caminhões e ônibus deverá ser de 32,1%; altas taxas de juros e restrição à concessão de crédito ainda preocupam o setor
As fabricantes de caminhões e ônibus estão otimistas com 2024. Conforme a Anfavea, que representa as empresas do setor, a projeção indica produção de 160 mil caminhões e ônibus neste ano. Ou seja, 32,1% a mais do que os 121 mil fabricados em 2023. Vale destacar que, historicamente, o segmento de ônibus representa de 15% a 20% da produção total. Portanto, em 2024 não deve passar de 32 mil unidades.
Seja como for, apesar da projeção otimista, questões como as altas taxas de juros preocupam as fabricantes. Assim como a dificuldade de acesso à linhas de créditos. Afinal, boa parte das compras é feita por meio de financiamento.
Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, há bons motivos para acreditar em 2024 melhor que 2023. “Além da expectativa de crescimento do mercado interno, devemos celebrar a publicação da MP 1.205 que instituiu o Programa Mover”. Ou seja, o novo plano do governo federal que deve trazer mais previsibilidade para as fabricantes.
Produção de caminhões e ônibus em 2023
Conforme a MP, o objetivo é privilegiar o desenvolvimento de novas tecnologias para redução de emissões. Para isso, o programa vai incentivar investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Portanto, os números de produção e vendas devem crescer.
Segundo dados da Anfavea, a produção de caminhões em 2023 foi 37,9% menor que a de 2022. Ou seja, foram feitas 100,5 mil unidades, ou 61,5 mil a menos que no ano anterior. Da mesma forma, houve recuo de 35,2% no volume de produção de ônibus. Em outras palavras, foram feitas 20.598 unidades em 2023, ou 11.179 a menos que em 2022.
O fraco desempenho também está relacionado à mudança das leis de controle às emissões de poluentes. Com a introdução do Proconve P8, equivalente ao Euro 6, em janeiro de 2023, os caminhões ficaram, em média, 30% mais caros. Porém, as fabricantes aceleraram a produção de modelos com motor Euro 5 sobretudo no último trimestre de 2022.
Assim, esses estoques continuaram à venda ao longo de 2023. Ou seja, muitos compradores que precisaram renovar ou ampliar a frota, optaram pelos modelos com motores “antigos” e, portanto, mais baratos. Conforme a Anfavea, 53% dos caminhões e 44% dos ônibus fabricados em 2023 tinham motor Euro 6.
Fonte: Estradão / Foto: Divulgação/Volvo