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Brasil precisa investir R$ 456 bi ao ano para recuperar indústria

Investimento deve ser realizado para que o país volte ao patamar industrial da década de 70

 

O Brasil precisa investir anualmente, e de forma sustentada, R$ 456 bilhões na indústria de transformação para retornar ao mesmo patamar de produtividade da década de 1970. Esse investimento precisa ser realizado por um período de três a sete anos, diz estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Há 50 anos, a produtividade do país era equivalente a 55% da registrada nos Estados Unidos, valor de referência para a economia brasileira, sendo o momento em que o Brasil ficou mais próximo do patamar americano. Hoje, a produtividade está em torno de 20% e os investimentos na indústria de transformação representam apenas 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

A indústria de transformação é considerada estratégica para o desenvolvimento do país porque desempenha um papel de fortalecimento de todo o setor produtivo brasileiro, especialmente com seus investimentos em tecnologia e inovação. Apesar disso, os investimentos despencaram e chegaram ao piso de uma série histórica que começou em 1996.

Em 2021, eles correspondiam a apenas 12,9% do total de investimentos no Brasil. O valor mais alto ocorreu em 2007 e atingiu 21%. Para especialistas, o quadro atual é grave, visto que só para cobrir a depreciação dos ativos dos investimentos feitos no passado, que ocorre com o passar dos anos, é necessário investir pelo menos 2,7% do PIB.

Ou seja, o nível de investimento atual não é suficiente nem para recuperar o que já está depreciado.

Estudo

A inspiração para o estudo partiu de dados divulgados pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que mostram como está o investimento na infraestrutura e quanto seria preciso investir para suprir os gargalos nos mais diversos segmentos para cobrir a depreciação.

Hoje, o investimento está concentrado na produção de bens intermediários. Um dos “achados” do levantamento, inclusive, é como a evolução do setor de fabricação de derivados de petróleo e combustíveis acabou distorcendo os dados globais, sobretudo antes de 2016, quando os investimentos eram maiores.

Fonte: Jornal Opção/ Foto: Reprodução

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