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BR entrará no mercado de pagamento eletrônico de pedágio

 

Um setor quase invisível vive uma verdadeira guerra de mercado: as empresas de pagamento eletrônico de pedágios, as tags colados nos vidros dos carros que abrem cancelas em estradas e estacionamentos. As empresas do setor fecharam 2014 com faturamento superior a R$ 10 bilhões pela primeira vez. E, agora, a maior rede de postos de gasolina do país entrou na disputa: a BR Distribuidora fechou acordo com a Auto Expresso, da DBTrans, e busca assumir a liderança do setor, que cresce a um ritmo de 20% ao ano. Hoje, a maior fatia deste filão é da Sem Parar, empresa de CCR, Arteris e Shell, com cinco milhões de clientes.

Num mercado que cresce 20% ao ano, outras duas empresas disputam o segmento: a ConectCar (parceria de Ipiranga e Odebrecht) e a Move Mais.

As tags servem para pagar estacionamento de shoppings e aeroportos, obter descontos, pontos em programas de milhagem e abastecer o tanque. Estima-se que entre 5,5 milhões e 6 milhões de automóveis tenham o aparelho grudado no para-brisas, contra uma frota de 55 milhões de veículos no Brasil. Deste total, 30 milhões passaram por estradas com pedágio no ano passado, um número que deve crescer com a concessão de rodovias chegando a outros estados.

— Como menos de 15% dos carros do Brasil possuem o sistema, podemos imaginar um forte crescimento — disse Wagner Muradian, diretor comercial da Auto Expresso. — É tudo feito pelo reconhecimento do visor e o cliente recebe na hora uma SMS confirmando a transação.

PEDÁGIO E TANQUE CHEIO

Com a parceria com a BR, Muradian prevê um aumento no valor unitário de venda da Auto Expresso já que passará a contabilizar não só o valor de pedágio, como também o custo de um tanque cheio de gasolina ou etanol.

“A tecnologia foi testada com sucesso em alguns postos do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre e, em breve, será expandida para outros postos e localidades”, informa a assessoria de imprensa da BR Distribuidora, em nota, lembrando que o usuário acumulará pontos no programa de fidelidade Petrobras Premmia.

A ConectCar foi a pioneira, no Brasil, em associar serviços de cobrança de pedágios aos postos de gasolina. Hoje, três mil postos de combustíveis Ipiranga vendem o aparelho, anunciado na TV e na internet. Para João Cumerlato, diretor superintendente da empresa, o pedágio continuará a ser o carro-chefe, embora outros serviços tenham ganhado destaque no faturamento, como abastecimento em postos com desconto, estacionamento de shoppings e sorteio de carros:

— Só quem usou a cobrança automática sabe das vantagens de não ficar procurando moedas.

A Move Mais, criada há três anos pela Compsis (empresa da área de tecnologia) e a Vertis (concessões), está há um mês com a autorização para atuar nos dois maiores mercados do país: rodovias federais e paulistas. A empresa quer crescer em outras praças e incluir serviços, como o pagamento de estacionamentos.

A Sem Parar, que atua no segmento há 15 anos na cobrança de pedágio da Ponte Rio-Niterói, vende a tag em 500 postos com a bandeira Shell. Para Pedro Donda, presidente da empresa, há chance de ampliar o segmento:

— No começo, o cliente era quem usava muito rodovias. Isso tem mudado, principalmente em São Paulo, onde quase 60% dos pagamentos de pedágio são feitos de forma eletrônica.

Com a concessão de rodovias federais, o setor aguarda a chegada de pedágio em estados que não tinham essa cobrança, como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

EMPRESAS TÊM PLANOS DIFERENTES

As empresas de pedágio adotam planos diferentes de negócio. Na Sem Parar, o cliente paga R$ 77,06 de adesão no plano clássico e a mensalidade varia de R$ 13,74 a R$ 15,33. A substituição da tag custa R$ 46,23. Há ainda o plano “adesão zero” no qual não é cobrado valor de adesão e de substituição da tag, mas a mensalidade custa R$ 18,20.

Na Auto Expresso, a adesão custa R$ 24. No plano pós-pago, a mensalidade sai por R$ 12,49. No pré-pago, há três tipos de recarga: na mais barata, de R$ 50, é descontada uma taxa de R$ 6. A recarga é disparada automaticamente toda vez que o saldo cair a R$ 20. Há opções de R$ 100 e R$ 150, com valores diferentes para a taxa de recarga.

Na Conectcar, o valor de adesão varia entre R$ 20 e R$ 30 e existem três modalidades. No pós-pago, há o plano fixo, com mensalidade de R$ 14,90, e o flex, com mensalidades que variam de R$ 9,90 a R$ 19,90, dependendo do uso. No plano pré-pago, as recargas vão de R$ 30 a R$ 500, e a taxa cobrada varia de R$ 3,90 a R$ 15. No plano autocarga, as recargas são feitas quando se chega a um saldo mínimo e elas variam de R$ 50 a R$ 500.

Na Move Mais, a adesão custa R$ 29,90. A recarga varia de R$ 35 a R$ 300, com taxas de recarga de R$ 3,50 a R$ 15. Os valores são os mesmos no plano de recarga automática, que também é pré-pago.

Fonte: O Globo

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