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Big Brother: jovem gestor conta desafios do controle operacional no metrô

 

Aos 29 anos, Leonardo Balbino está à frente do centro de controle operacional da CCR Metrô Bahia. Ele e a equipe que o acompanha são como o Big Brother do metrô, na referência ao personagem criado por George Orwell no livro 1984. Na ficção, o personagem tinha controle de todas as coisas que aconteciam em uma sociedade vigiada. Na vida real, o controle sobre tudo o que envolve o metrô dá à equipe uma grande responsabilidade: garantir a normalidade das operações com toda a segurança e tomar decisões rápidas diante de quaisquer necessidades ou imprevistos. “Estamos sempre monitorando tudo: são mais de mil câmeras em operação, tem os trens, os terminais de ônibus, a tripulação… Tudo o que acontece no sistema cai no centro de controle. Sabemos de tudo e, com isso, damos o apoio necessário para as equipes de campo”.

Como o monitoramento envolve todas as operações do sistema, o centro de controle está permanentemente em contato com diversas outras áreas do metrô, para que cada uma seja informada e acionada quando necessário. “Se a gente tem algum problema no meio da via, por exemplo, temos que dar as tratativas para restabelecer o sistema o mais rápido possível”, conta Leonardo. O trabalho é feito 24 horas por dia, sete dias por semana, entre operação e manutenção; cerca de 81 mil passageiros/dia utilizam o transporte; 44 telas mostram as imagens captadas em mais de mil câmeras ao longo de 15,5 quilômetros da malha; trechos podem ser energizados e desenergizados, de acordo com a necessidade. Isso sem contar as estratégias especiais definidas para eventos, como o Carnaval, por exemplo.

Sendo assim, o cotidiano tem muito pouco de rotina. Todos os dias há novos aprendizados. “Normalmente, as coisas são totalmente inesperadas. É muito dinâmico e isso é muito legal. Sabemos que a qualquer momento pode acontecer algo e teremos que lidar com isso”. E será que cansa? Ele garante que é o contrário. “A gente não se acostuma. É muito bom”.

É assim que Leonardo encara o papel profissional e de liderança à frente de uma equipe de 34 colaboradores. Na bagagem, carrega a formação em Engenharia Elétrica, quatro anos como funcionário da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), onde assumiu, com 25 anos, o primeiro cargo em coordenação; e cerca de três anos mais na CCR Metrô Bahia, onde já esteve, também, à frente da Engenharia de Atendimento. 

“Quando me perguntaram se eu queria assumir o centro de controle operacional, foi um desafio muito grande. Mas aqui foi uma experiência muito boa, pois tive a oportunidade de acompanhar a implantação desde o início, sempre apoiado por pessoas que conhecem muito dos processos”. Agora, já apropriado de todas as responsabilidades que a função impõe, Leonardo diz que a mira está na melhoria dos processos para, em última instância, melhorar a experiência dos usuários do metrô.

Inovação em processos


É com esse objetivo que ele acredita ser necessário investir em inovação, porque aperfeiçoar o que é feito no âmbito do controle operacional é decisivo para outras áreas da empresa e para o funcionamento do próprio metrô.

Isso quer dizer que o monitoramento desse Big Brother não está voltado somente ao que está acontecendo nas estações, nos trens e nas linhas, mas também para cada procedimento realizado dentro do próprio centro de controle. Leonardo explica que esse acompanhamento permite melhorar os procedimentos aplicados nas diferentes situações que chegam à coordenação. “Temos que colocar todos para agir de formas semelhantes. Por isso estamos sempre alinhando e analisando os procedimentos para aprimorar esses fluxos e acelerar o processo decisório. Se tivermos uma ocorrência, em menos de um minuto, precisamos saber o que vamos fazer.”

Ao final, ele diz que o objetivo é melhorar o transporte, para que atenda aos passageiros cada vez mais exigentes, e também melhorar a mobilidade urbana. “Essa preocupação que temos é um diferencial e, lá no final, quem será beneficiado será o usuário. Queremos melhorar os processos internos para que o cliente ache que valeu a pena utilizar o serviço.”

Natália Pianegonda

Fonte: Agência CNT de Notícias.

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