Muitas capitais do país aumentaram o cerco aos motoristas infratores e o resultado aparece no bolso. Só em São Paulo, nos primeiros três meses deste ano, dobrou o número de infrações.
No alto dos postes, presos em viadutos, enfileirados, de um lado a outro das avenidas como se fosse um varal, atrás de placas… Desde 2014, os radares que medem velocidade se proliferaram em São Paulo.
O controle eletrônico acompanhou a política de redução do limite de velocidade, que caiu para 50 km/h na maioria das principais vias da capital paulista. O número de radares aumentou. No ano passado, eram 806 e este ano, 854.
Isso provocou um aumento também na aplicação de multas. Só um dos equipamentos registrou mais de 70 mil infrações em três meses. Em 2016, de janeiro a março, as multas por radares subiram quase 90% em São Paulo, em comparação com o ano passado. São mais de três milhões de motoristas com pontos na carteira.
Outras capitais brasileiras também registraram aumento no número de multas de trânsito este ano. Em Porto Alegre, saltou de quase 115 mil para mais de 128 mil, na comparação do primeiro semestre. A Prefeitura diz que só colocou mais dois radares no ano passado e mais um este ano. A maior parte das infrações foi registrada por radares móveis, que subiu bastante de abril a junho. A Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre diz que ampliou as operações na cidade este ano.
Na capital federal, as multas passaram de mais de 570 mil para 620 mil, na comparação dos primeiros cinco meses do ano. Segundo o Detran, os radares foram substituídos por novos.
Já em Salvador, foram instalados 183 radares em 2015 e o número de multas este ano já está próximo do registrado em todo o ano passado. Muitos motoristas são multados na região do Farol da Barra, uma área turística com muita circulação de pedestres, onde o limite de velocidade é baixo, 30 km/h.
“Em 2015, no primeiro semestre, nós tinhamos menos equipamento que em 2016. Por isso, o número de infrações cresceu”, explica Fabrizzio Muller, superintendente da Transalvador.
Na maior cidade do país, a Companhia de Engenharia de Tráfego diz que o aumento da fiscalização ajudou a diminuir o número de acidentes e mortes na capital paulista. “Em São Paulo, pela primeira vez em 2015, operou abaixo de mil mortes com 792 vítimas de acidentes de trânsito em nível de óbito e, no caso dos acidentes com vítimas, seja eles fatais ou com pessoas que sofreram sequelas, houve uma redução de 2013 para 2015 de cerca de nove mil nesse número. Baixamos de 33 mil pessoas acidentadas para cerca de 24 mil”, explica Tadeu Leite Duarte, diretor de planejamento da CET-SP.
Fonte: Globo.com.