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Aumenta a demanda por escolta armada nas rodovias.

 

Segundo a Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), a procura pelo serviço aumentou 12% neste ano, até novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foram registrados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo 6.297 casos de roubo de carga no estado até setembro, uma média de 700 ocorrências por mês. O índice é 5,5% maior que a média de 2013 (662 casos mensais).

O Estado de São Paulo lidera atualmente o ranking nacional de ocorrências desse tipo, com 52,4% dos episódios registrados no território nacional, segundo pesquisa da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC). O movimento já se reflete na receita das empresas que prestam serviços de escolta armada.

O aumento do faturamento previsto para 2014 está entre 8% e 10%. Estimativas da Fenavist indicam que o setor já movimentou cerca de R$ 80 milhões no ano. Só em São Paulo, são mais de 100 empresas autorizadas pela Polícia Federal a prestar o serviço – é necessário atuar durante um ano em outras atividades no ramo da segurança patrimonial antes de receber a licença específica para esse segmento.

Bons resultados

Para Marcelo Coutinho, diretor da BRV Vigilância e Segurança, os resultados são satisfatórios, apesar de ser um ano atípico, que envolveu a Copa do Mundo e as eleições, além do impacto do cenário de desaceleração da economia nacional. “Nós tivemos uma boa movimentação. Não foi o crescimento esperado, que era de 6% ou 7%. Ficamos na casa dos 4%”, comenta ele.

O movimento aquém do previsto, porém, não impediu que a empresa contratasse novos funcionários. “Aumentamos nosso pessoal em 10% e hoje temos uma equipe de 30 homens”, afirma Coutinho.

Vice-presidente para assuntos de escolta armada da Fenavist e diretor do Sindicato de Escolta Armada do Estado de São Paulo (Seemesp), Autair Iuga considera que o crescimento do setor está “intrinsecamente ligado” à falta de segurança nas estradas.

Ele aponta as proximidades do aeroporto de Viracopos, em Campinas, como alvo preferencial dos bandidos.

“A cada cinco roubos, quatro acontecem na região de Campinas e adjacências. Os equipamentos eletrônicos que entram no Brasil por Viracopos chamam atenção de toda a criminalidade”. Produtos alimentícios, farmacêuticos e cigarros também são alvos frequentes.

No interior paulista, o número de ocorrências de roubo de carga em Itu subiu 700% de janeiro a setembro de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado.

O dado foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e consta em notícia veiculada pelo site da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC).

Por conta disso, a demanda pela escolta armada no estado tem chamado a atenção. Segundo a entidade, em Sorocaba e em São Roque, por exemplo, os casos de roubos de cargas aumentaram 75%.

Transporte de cargas

A força do transporte de cargas no Brasil é tamanha que envolve 161 mil empresas, responsáveis pela geração de cerca de 5,8 milhões de empregos.

Em termos de frota, estimativas da NTC indicam que existem aproximadamente 2,1 milhões de veículos no ramo. O faturamento anual do setor é estimado em R$ 271 bilhões, o que representa 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Com números tão expressivos, tudo indica que a legislação precisa ser mais rigorosa com relação aos delitos de cargas. Em 2013, foram registradas 15,2 mil ocorrências nas rodovias brasileiras, o que ocasionou um prejuízo financeiro médio de R$ 1 bilhão.

Fonte: Diário Comércio Indústria & Serviços Texto de Henrique Julião.

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