
A Lagoa do Taquaral, em Campinas (SP), vai passar pelo primeiro desassoreamento em 28 anos a partir de outubro. De acordo com a Secretaria de Serviços Públicos, o processo, que consiste na retirada de resíduos acumulados no fundo da água, vai durar dois anos e terá custo de R$ 20 milhões, pagos pelo governo estadual. A previsão da administração municipal é que sejam retirados 25 mil caminhões com areia, lodo e material orgânico acumulado pela chuva durante todos os anos.
Há uma semana, o G1 mostrou que a lagoa perdeu 2/3 da capacidade em 30 anos, por falta de manutenção para evitar o assoreamento. Em 1984, a lagoa tinha 9 metros de profundidade e agora, segundo a própria Prefeitura, está com três metros. A última intervenção de desassoreamento realizado no local foi em 1986.
Sucção
O trabalho feito a partir de outubro será coordenado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), que vai contratar uma empresa para colocar barcos de sucção e fazer a retirada dos resíduos. A previsão do superintendente do DAEE, Alceu Segamarchi, é que sejam retirados 206 mil metros cúbicos de resíduos da lagoa. O edital para a abertura da licitação que vai contratar a empresa deve ser publicado ainda em agosto pelo governo estadual.
Segundo o Secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulela, nenhuma atividade na lagoa será suspensa durante o período de desassoreamento. O passeio de pedalinho, por exemplo, foi prejudicado por causa da quantidade de resíduos.
Segundo a Prefeitura, até 1995 era possível ir de um ponto ao outro da lagoa, mas devido ao acúmulo de matéria orgânica e dos bancos de areia que se formaram nos últimos anos, desde então, o passeio foi reduzido e o visitante só pode andar nos locais de maior profundidade, que são demarcados por boias, para não encalhar.
Paulela ainda afirmou que durante o desassoreamento será feito um estudo para que algumas obras que evitem o acúmulo de resíduos sejam feitas, mas não deu detalhes e nem prazo para que isso seja realizado. “Vamos estudar colocar uma caixa de areia para que a água da chuva caia, a areia fique na caixa e a água vá limpa para a lagoa”.
Risco de sumir
A situação da lagoa é tão delicada que até as crianças já estão preocupadas com seu futuro. Em uma reportagem especial para o aniversário de Campinas, uma estudante de 10 anos chegou a dizer ao G1 que o espaço desapareceria em 30 anos. “No futuro, Campinas vai ser bem diferente, vai ter mudado muito. Eu acho que quase não vai existir o Taquaral. Se existir, eles vão tirar a lagoa, vão tirar um monte de coisas de lá”, disse.
Fonte: G1 Campinas e Região.